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Saúde e Natureza

Governo de Goiás medirá impacto da natureza na saúde da população

Pesquisa científica busca comprovar se o contato com o meio ambiente pode reduzir transtornos e doenças, como ansiedade e pressão alta

28 SET 2025 - 10H42 • Por Wilson Lopes
Em Goiás, o estudo focará na prática Banho de Natureza, ou Banho de Floresta, derivada do conceito japonês de "Shinrin-Yoku", que utiliza a conexão sensorial com a natureza para reduzir o estresse e promover o bem-estar - Andre Dib/GoiasTurismo

O Governo de Goiás, em parceria com o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Medicina Integrativa (Cabsin), está desenvolvendo o projeto ‘Saúde e Natureza’. A iniciativa consiste em medir, por intermédio de uma pesquisa científica, os impactos que o contato com o meio ambiente pode ter na saúde da população, reduzindo transtornos e doenças, como ansiedade, depressão, diabete e pressão alta. 

A ação terá como premissa as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), abordagens terapêuticas cujo objetivo é prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma gratuita, 29 procedimentos, entre os quais Aromaterapia, Cromoterapia, Homeopatia, Meditação e Yoga. 

Em Goiás, o estudo focará na prática Banho de Natureza, ou Banho de Floresta, derivada do conceito japonês de “Shinrin-Yoku”, que utiliza a conexão sensorial com a natureza para reduzir o estresse e promover o bem-estar. Também está alinhada ao conceito “One Health” da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta a interdependência entre a saúde humana, ambiental e animal.

Em campo, a pesquisa será desenvolvida nos parques e unidades de conservação estaduais do Estado, onde os pacientes serão levados para atividades periódicas (ASN/GO)

Em campo, a pesquisa será desenvolvida nos parques e unidades de conservação estaduais do Estado, onde os pacientes serão levados para atividades periódicas. Ao todo, a pesquisa deve durar aproximadamente dois anos.

Conforme o médico integrativo, consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e diretor do Cabsin, Ricardo Guelman, a pesquisa científica será levada inicialmente a cinco municípios goianos, mas com a intenção de ser escalável aos outros interessados. 

A diretora-geral do Centro Estadual de Referência em Medicina Integrativa e Complementar (Cremic), Tânia Vaz, destaca que os problemas de saúde mental são identificados não apenas em Goiás, mas no país e em todo o mundo. “Chega ao ponto de um secretário municipal dizer que, dos 5 mil habitantes da sua cidade, 2.500 referem problemas de saúde mental, e o município não está preparado para cuidar dessas pessoas com a medicina convencional. Precisamos inserir as práticas integrativas nesse contexto, já que elas têm uma efetividade muito grande nas questões de saúde mental”, ressaltou.

Atualmente, das 29 Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, 16 são aplicadas no Cremic. Entre elas, aromaterapia, acupuntura, reiki e meditação. “Hoje, no Brasil, já existem muitas práticas que ainda não são contempladas na política nacional. O Ministério da Saúde está fazendo um trabalho nesse sentido para inserir novas práticas na política e eu acredito que essa prática, Banho de Natureza, será uma das contempladas pelo órgão federal”, finaliza. 

O Consórcio Acadêmico Brasileiro de Medicina Integrativa (Cabsin) é uma rede de pesquisadores que promove o desenvolvimento científico em Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas, que contribuí para a implementação de políticas públicas baseadas em evidências e para uma saúde centrada na pessoa, buscando soluções para os desafios da saúde global.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também está pesquisando os efeitos do Banho de Floresta, visando sistematizar e gerar evidências sobre os benefícios para a saúde humana, sobre como a interação consciente com ambientes florestais pode reduzir estresse, regular a pressão arterial e promover o bem-estar físico e emocional, fortalecendo a possibilidade de incluir a prática como recurso nas Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS).

A prática japonesa Shinrin-yoku é reconhecida internacionalmente e, em alguns países como o Japão, Canadá e Estados Unidos é comum médicos prescreverem visitas de imersão na natureza.

Com informações do Governo de Goiás.

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