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Outubro Rosa

Câncer de mama afetará 73.610 mulheres em 2025. Já se preveniu?

INCA publica relatório e alerta: em 2023, câncer de mama foi responsável por mais de 20 mil óbitos no Brasil

3 OUT 2025 - 15H33 • Por Wilson Lopes
Ao longo de 2024, o SUS realizou 4,4 milhões de mamografias, das quais 4 milhões foram exames de rastreamento em mulheres sem sintomas, fora da faixa etária até então recomendada para esse tipo de procedimento (50 a 69 anos) - Prefeitura São Gonçalo (RJ)

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) acaba de publicar o livro ‘Controle do câncer de mama no Brasil: dados e números 2025’. Com dados sobre incidência, mortalidade, fatores de risco, prevenção, acesso a exames e tratamento, a publicação traça o retrato detalhado do câncer de mama no Brasil. O objetivo é subsidiar gestores e profissionais de saúde em ações estratégicas para o fortalecimento da rede de cuidado em todo o País.

O câncer de mama é o tipo mais incidente entre as brasileiras (excluindo o de pele não melanoma) e também a principal causa de morte por câncer na população feminina. Segundo o INCA, são estimados 73.610 novos casos em 2025 e, em 2023, foram registrados mais de 20 mil óbitos decorrentes da doença.

Em relação às faixas etárias, o levantamento mostra uma tendência positiva: entre 2000 e 2023, houve redução proporcional na mortalidade por câncer de mama na população feminina de 40 a 49 anos.

Ao longo de 2024, o SUS realizou 4,4 milhões de mamografias, das quais 4 milhões foram exames de rastreamento em mulheres sem sintomas — mais de 1 milhão delas fora da faixa etária até então recomendada para esse tipo de procedimento (50 a 69 anos).

De acordo com o relatório, o Sudeste é a região com maior incidência da doença, e Santa Catarina, no Sul, registra a maior taxa entre as unidades da federação. Em relação à mortalidade, as regiões Sul, Sudeste e Nordeste lideram, e as maiores taxas estão em Roraima, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, respectivamente. 

A chefe da Divisão de Detecção Precoce e Organização de Rede do Inca, Renata Maciel, disse que nos últimos 3 anos tem melhorado o tempo entre o diagnóstico e o primeiro tratamento, com destaque na Região Sul, que tem o maior percentual de casos tratados em 60 dias. Para Renata, ainda se tem que melhorar a cobertura do rastreamento, baixa no Brasil. 

“Precisamos aumentar essa cobertura para 70%, e hoje a gente tem uma variação em alguns estados do Norte em torno de 5,3% e no Espírito Santo, de 33%. É muito baixo. Nosso foco é centrar esforços nesse rastreamento organizado para que as mulheres façam a mamografia a cada dois anos”.

O diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto, lembra que o rastreamento e o diagnóstico precoce fazem parte da proposta do programa Agora Tem Especialista, lançado pelo governo federal. 

“Estamos com o propósito de redução da fila de espera no tratamento. O tempo é vida no câncer. Incorporamos novos medicamentos”, afirmou.

O livro chama atenção para os fatores de risco e de proteção associados à doença. De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2023, mais da metade das brasileiras com 18 anos ou mais apresentam excesso de peso (56,7%), com os maiores índices no Sul (59,6%), especialmente no Rio Grande do Sul (60,2%), enquanto o Maranhão concentra os menores níveis (48,4%). 

A obesidade e o consumo abusivo de álcool também são mais prevalentes nas regiões Sul e Sudeste, reforçando a tendência de concentração dos principais fatores de risco em áreas mais urbanizadas. A adesão à prática regular de atividade física e ao aleitamento materno prolongado, reconhecidos como fatores protetores, ainda é insuficiente em todo o País.

Com informações de Ana Cristina Campos, Agência Brasil. 
@minsaude

Acesse o livro Controle do câncer de mama no Brasil: dados e números 2025>>