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Não foi por medo de avião

Brasilienses, tocantinenses e paranaenses são os brasileiros que mais viajam

Avião ultrapassa ônibus e se consolida como o segundo meio de transporte mais utilizado para as viagens

6 OUT 2025 - 15H13 • Por Wilson Lopes
O IBGE observou a ocorrência de viagem de ao menos um morador em 19,3% dos domicílios em 2024 - Freepik

O Módulo de Turismo, apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quantificou os fluxos de turistas nacionais entre as regiões do País e para o exterior nos anos de 2020, 2021, 2023 e 2024, revelando os primeiros resultados consistentes após a pandemia de Covid-19.

O estudo mostra que, nos anos de 2020 e 2021, marcados pela pandemia, os percentuais de domicílios em que ocorreu viagem de ao menos um morador no período de referência considerado ficaram em 13,9% e 12,7%, respectivamente. O turismo apresentou recuperação em 2023, e, em 15,0 milhões de domicílios, ou 19,8% do total, observou-se a ocorrência de viagem de ao menos um morador, ao passo que, em 2024, esse valor se manteve estável em 15,0 milhões de domicílios, porém, tal participação foi reduzida para 19,3%.

Brasília for export 

Em relação a 2023, o percentual de domicílios em que ocorreu viagem de moradores aumentou em 11 Unidades da Federação, porém nenhuma pertencente à Região Sudeste. Os maiores acréscimos foram registrados em Roraima, com mais 3,6 pontos percentuais (p.p.), Pernambuco (2,4 p.p.), Mato Grosso (2,2 p.p.) e Paraná (1,9 p.p.). 

Por outro lado, as maiores reduções foram observadas em Goiás (-2,7 p.p.), Rio Grande do Sul (-2,1 p.p.), além de Santa Catarina e Amapá (ambas com -2,0 p.p.).

Entre as Unidades da Federação com domicílios em que houve ocorrência de viagem de pelo menos um morador, o ranking é liderado pelo Distrito Federal (26,7%), Tocantins (25,5%), Paraná (24,4%), Rio Grande do Sul (23,4%) e Minas Gerais (22,5%).

Na parte de baixo da tabela estão Ceará (12,6%), Alagoas (11,8%), Rondônia (9,9%), Amapá (8,4%) e Acre (7,7%). 

Não foi por medo de avião

Durante o período da pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 e 2021, o percentual de viagens em meios de transporte não coletivos como carro particular ou de empresa, com 57,6% e 57,2%, respectivamente, foi maior que em 2023 (51,1%) e em 2024 (50,7%). 

As viagens de avião, pouco superiores a 10% em 2020 e 2021, chegaram a 14,7% em 2024, percentual superior ao registrado em 2023 (13,5%). As viagens de ônibus de linha (11,9%) apresentaram redução em relação a 2023 (13,4%).

Nas viagens com finalidade profissional, 41,3% foram realizadas em carro particular. Esse percentual chegava a 56,7% em 2021, contudo, com o fim da pandemia, em 2023, diminuiu para 42,9%.

Movimento similar ocorreu com as viagens de ônibus de linha, porém a magnitude de sua participação foi menor, passando de 12,1%, em 2021, a 10,4%, em 2023, e chegando a 11,0%, em 2024. 

O meio de transporte que apresentou movimento contrário na participação das viagens com finalidade profissional, compensando essas variações, foi o transporte aéreo: em 2020, 19,9% das viagens ocorreram principalmente em aviões, percentual que diminuiu no ano seguinte, quando foi registrado 11,3%; voltou a crescer para 27,1% em 2023; e alcançou 28,8% em 2024.

Mercado externo

Após a recuperação do número de viagens realizadas pelos moradores, que passou de 12,1 milhões, em 2021, para 20,6 milhões, em 2023 e 2024, os resultados, no período de referência considerado, apontam uma expansão daquelas com destino internacional (3,0%, em 2023, e 3,3%, em 2024). Com 688 mil viagens tendo esse destino, o ano de 2024 apresentou 11,1% de crescimento quando comparado com o de 2023 (619 mil viagens).

O Módulo de Turismo ainda traz mais informações, como o número de viagens realizadas, motivos de não viagem, características das viagens realizadas, quantidade de pernoites e de viajantes, motivo da viagem, tipo de lazer, locais de hospedagem e os gastos. Há dados para o Brasil, grandes regiões e unidades da federação.

Com informações da Agência IBGE Notícias.
@ibgeoficial

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