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Maternidade Segura

Identificação por biometria elimina a possibilidade de trocas de bebês em Goiás

Identificação neonatal assegura identidade civil do recém-nascido logo após o nascimento, ainda no centro cirúrgico

11 OUT 2025 - 13H10 • Por Wilson Lopes
Pequena Ayumi no colo da mãe, Antônia Conceição, tem as digitais coletadas no Hospital Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Goiânia, unidade pioneira do Projeto Identificação Neonatal Goiás - Doris Costa/SES-GO
Após a verificação biométrica, a proposta é que os bebês já possam solicitar a emissão da carteira de identidade ainda na maternidade, garantindo que a vida civil comece de forma segura e documentada

O Governo do Estado de Goiás lançou uma ação inédita no Brasil que visa assegurar a identidade civil e biométrica dos recém-nascidos ainda nas unidades hospitalares. Por meio do Projeto Identificação Neonatal Goiás, será feita a vinculação biométrica mãe-bebê, tecnologia que possibilita o registro preciso e seguro da identidade do recém-nascido, logo após o nascimento, ainda no centro cirúrgico. A intenção é eliminar o risco de trocas e garantir mais segurança nos partos.

O sistema inovador de identificação biométrica realiza a coleta das digitais do recém-nascido e da mãe ainda no ambiente de parto. Antes da alta hospitalar, é feita uma checagem biométrica entre mãe e bebê, assegurando a correspondência correta e oferecendo tranquilidade, confiança e segurança a familiares e equipes de saúde. 

O projeto piloto foi realizado no Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL), em Goiânia, capital do Estado. Nesta primeira etapa, dez maternidades estaduais serão contempladas com salas de identificação equipadas para a realização do procedimento biométrico. As maternidades que adotarem integralmente os protocolos do projeto receberão o ‘Selo Maternidade Segura’, certificação que reconhece oficialmente o compromisso com a proteção infantil como um diferencial de qualidade e cuidado.
 

O pequeno Henrique nasceu com 23 semanas de gestação e pesando 740 gramas, com apenas 1% de chance de sobreviver, mas, após quatro meses de internação na UTI Neonatal do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), sede do projeto-piloto da ‘Classificação de Atenção ao Recém-Nascido’, recebeu alta médica e vive com saúde (SES/GO)

 Inteligência artificial auxilia classificação e tratamento neonatal 

Em outra ação inovadora, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), unidade do Governo de Goiás em Uruaçu, alcançou a marca de mais de 2.500 recém-nascidos avaliados por meio do projeto-piloto da ‘Classificação de Atenção ao Recém-Nascido’, sistema de inteligência artificial implantado em outubro de 2023. A ferramenta orienta a equipe médica sobre o nível de cuidado necessário a cada bebê, contribuindo para a redução da mortalidade infantil na macrorregião centro-norte de Goiás, que abrange 60 municípios.

A tecnologia é aplicada desde os primeiros minutos de vida. A equipe insere os dados clínicos do bebê e, com base nas informações, o sistema gera classificações e recomendações de atendimento, o que permite priorizar casos de maior risco e ajustar condutas médicas de forma precisa. O acompanhamento continua durante a internação e, no momento da alta, os familiares recebem orientações específicas sobre cuidados domiciliares.

O projeto integra o conjunto de ações do HCN — referência estadual em obstetrícia e gestação de alto risco — e faz parte de um modelo de atendimento que une tecnologia, qualificação profissional e atenção humanizada. O monitoramento contínuo da iniciativa tem apresentado resultados expressivos na prevenção de complicações e na ampliação das chances de sobrevivência de recém-nascidos prematuros.

Superação

Um dos exemplos de sucesso do trabalho desenvolvido no HCN é o do pequeno Henrique Coelho, que nasceu com apenas 23 semanas de gestação e pesando 740 gramas. O bebê tinha 1% de chance de sobreviver, mas após quatro meses de internação na UTI Neonatal da unidade, recebeu alta com saúde plena. “Ficar com o Henrique aqui foi um desafio muito grande, porque nós não sabíamos o que poderia acontecer. Ele nasceu com poucas chances de vida por ser muito prematuro”, relatou a mãe, Heusileia Coelho.

A recuperação do bebê mobilizou a equipe multiprofissional do hospital, que acompanhou diariamente cada etapa do tratamento. O pai de Henrique, em agradecimento, percorreu 45 quilômetros a pé entre Niquelândia e Muquém, em promessa pelo restabelecimento do filho. Hoje, aos cinco meses, Henrique pesa 4,45 quilos e não apresenta sequelas. “Ele está se desenvolvendo muito bem e isso é uma alegria muito grande. Somos gratos ao HCN por essa vitória”, afirmou Heusileia.

Com informações do Governo de Goiás.

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