Identificação por biometria elimina a possibilidade de trocas de bebês em Goiás
Identificação neonatal assegura identidade civil do recém-nascido logo após o nascimento, ainda no centro cirúrgico
11 OUT 2025 - 13H10 • Por Wilson LopesO Governo do Estado de Goiás lançou uma ação inédita no Brasil que visa assegurar a identidade civil e biométrica dos recém-nascidos ainda nas unidades hospitalares. Por meio do Projeto Identificação Neonatal Goiás, será feita a vinculação biométrica mãe-bebê, tecnologia que possibilita o registro preciso e seguro da identidade do recém-nascido, logo após o nascimento, ainda no centro cirúrgico. A intenção é eliminar o risco de trocas e garantir mais segurança nos partos.
O sistema inovador de identificação biométrica realiza a coleta das digitais do recém-nascido e da mãe ainda no ambiente de parto. Antes da alta hospitalar, é feita uma checagem biométrica entre mãe e bebê, assegurando a correspondência correta e oferecendo tranquilidade, confiança e segurança a familiares e equipes de saúde.
O projeto piloto foi realizado no Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL), em Goiânia, capital do Estado. Nesta primeira etapa, dez maternidades estaduais serão contempladas com salas de identificação equipadas para a realização do procedimento biométrico. As maternidades que adotarem integralmente os protocolos do projeto receberão o ‘Selo Maternidade Segura’, certificação que reconhece oficialmente o compromisso com a proteção infantil como um diferencial de qualidade e cuidado.
Inteligência artificial auxilia classificação e tratamento neonatal
Em outra ação inovadora, o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), unidade do Governo de Goiás em Uruaçu, alcançou a marca de mais de 2.500 recém-nascidos avaliados por meio do projeto-piloto da ‘Classificação de Atenção ao Recém-Nascido’, sistema de inteligência artificial implantado em outubro de 2023. A ferramenta orienta a equipe médica sobre o nível de cuidado necessário a cada bebê, contribuindo para a redução da mortalidade infantil na macrorregião centro-norte de Goiás, que abrange 60 municípios.
A tecnologia é aplicada desde os primeiros minutos de vida. A equipe insere os dados clínicos do bebê e, com base nas informações, o sistema gera classificações e recomendações de atendimento, o que permite priorizar casos de maior risco e ajustar condutas médicas de forma precisa. O acompanhamento continua durante a internação e, no momento da alta, os familiares recebem orientações específicas sobre cuidados domiciliares.
O projeto integra o conjunto de ações do HCN — referência estadual em obstetrícia e gestação de alto risco — e faz parte de um modelo de atendimento que une tecnologia, qualificação profissional e atenção humanizada. O monitoramento contínuo da iniciativa tem apresentado resultados expressivos na prevenção de complicações e na ampliação das chances de sobrevivência de recém-nascidos prematuros.
Superação
Um dos exemplos de sucesso do trabalho desenvolvido no HCN é o do pequeno Henrique Coelho, que nasceu com apenas 23 semanas de gestação e pesando 740 gramas. O bebê tinha 1% de chance de sobreviver, mas após quatro meses de internação na UTI Neonatal da unidade, recebeu alta com saúde plena. “Ficar com o Henrique aqui foi um desafio muito grande, porque nós não sabíamos o que poderia acontecer. Ele nasceu com poucas chances de vida por ser muito prematuro”, relatou a mãe, Heusileia Coelho.
A recuperação do bebê mobilizou a equipe multiprofissional do hospital, que acompanhou diariamente cada etapa do tratamento. O pai de Henrique, em agradecimento, percorreu 45 quilômetros a pé entre Niquelândia e Muquém, em promessa pelo restabelecimento do filho. Hoje, aos cinco meses, Henrique pesa 4,45 quilos e não apresenta sequelas. “Ele está se desenvolvendo muito bem e isso é uma alegria muito grande. Somos gratos ao HCN por essa vitória”, afirmou Heusileia.
Com informações do Governo de Goiás.
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