Logo Agência Cidades

Cidades sem sombra

Seriam os prefeitos dendrófobos?

De toda a área urbana do país, apenas 6,9% está coberta por vegetação, grande aliada da redução do calor, prevenção de enchentes, internações e até violência

22 OUT 2025 - 10H54 • Por Ricardo Westin, Agência Senado.
Como legado ambiental da COP-30, a Prefeitura de Belém, no Pará, em parceria com a Heineken, inaugurou a primeira microfloresta da região Norte, com mais de mil mudas de 35 espécies diferentes, como copaíba, andiroba e açaizeiro - Joyce Menezes/Prefeitura Belém (PA)

Em meados do século passado, leitores da revista ‘Chácaras e Quintais’ denunciavam a derrubada de árvores na cidade de Santos, no litoral paulista, numa atitude dendrofóbica da prefeitura local, que sucumbia, ao peso do machado, 34 frondosas espécimes da Praça Independência. O prefeito à época, Domingos Mazzini (UDN), defendeu certamente o sacrifício, a bem do urbanismo.

Mas foi de galho em galho que um levantamento feito por satélite pela rede de instituições de pesquisa ambiental MapBiomas mostra o descaso com a arborização das cidades brasileiras. Da área urbana total do país, revela o estudo, apenas 6,9% está coberta por vegetação.

A reportagem especial de Ricardo Westin, publicada pela Agência Senado e republicada pela Agência Cidades (abaixo), joga luz sobre o tema. E revela como a dendrofobia (aversão às árvores) se alastrou pelo país, como erva daninha.

Causou rejeição imediata, em abril, a instalação de árvores artificiais numa das avenidas mais importantes de Belém, como parte dos preparativos do governo do Pará para a COP30, a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para novembro.

A acusação foi de incoerência. Primeiro, porque as COP valorizam as árvores — as reais — como instrumentos essenciais no combate às mudanças climáticas. Segundo, porque a cidade, além de ser famosa pelos túneis verdes que suas mangueiras formam nas ruas, está situada justamente na Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

Depois rebatizadas pelo governo de jardins suspensos, as árvores artificiais são ilustrativas do pouco valor dado historicamente pelos gestores públicos à arborização das cidades no Brasil.

Instalação de árvores artificiais numa das avenidas mais importantes de Belém, no Pará, como parte dos preparativos para a COP30 (Leonardo Macedo/Ascom Seop)

Com frequência e de forma errônea, entende-se que as árvores devem limitar-se a praças e parques, com função meramente decorativa. Existe até rejeição, e o plantio chega a ser evitado em razão do temor de que, no futuro, não resistam às tempestades e caiam sobre carros, casas e pessoas.

Um levantamento feito por satélite pela rede de instituições de pesquisa ambiental MapBiomas mostra o descaso com a arborização das cidades. Da área urbana total do país, revela o estudo, somente 6,9% são cobertos por vegetação.

A situação fica ainda pior quando se analisam os dados por estado e município. Os índices de cobertura vegetal urbana no Amapá, em Roraima e em Rondônia são, respectivamente, de meros 2,6%, 3% e 3,1%. Dos 5.569 municípios do país, nada menos que 1,2 mil têm menos de 1% de cobertura e outros 350 não contam com área verde nenhuma.

A ONU recomenda que no mínimo 30% de cada bairro seja coberto pela copa de árvores. O mapeamento do MapBiomas considera as áreas verdes em geral, incluindo gramados e arbustos, o que significa que, se fossem levadas em conta apenas as árvores, as porcentagens do Brasil seriam ainda menores.

Área de vegetação urbana e taxa de vegetação urbana média e máxima por bioma e no Brasil em 2022 / Fonte: Vegetação urbana no Brasil (MapBiomas)

De acordo com especialistas ouvidos pela Agência Senado, o principal remédio para a escassa arborização urbana é a criação de uma política pública específica que induza os governos municipais, estaduais e federal a agir a favor do aumento da quantidade e da qualidade das árvores nas cidades, além da existência de recursos financeiros que permitam a sua execução.

Para suprir a lacuna, o Congresso estuda dois projetos de lei de conteúdo semelhante que criam a Política Nacional de Arborização Urbana. Um deles (PL 3.113/2023) foi apresentado pelo senador Efraim Filho (União-PB). O outro (PL 4.309/2021), pelo ex-deputado Rodrigo Agostinho, atual presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Os projetos estão em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) de suas respectivas casas.

Mesquita, no Rio de Janeiro, é a cidade que apresenta o maior percentual de vegetação urbana no país (66%) e acaba de lançar o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), com 15 objetivos e 61 ações que regem o planejamento sustentável e participativo na cidade, em conformidade com o art. 38 da Lei de Mata Atlântica (nº 11.428/2006)

Não é apenas por estética que as cidades precisam ter um elevado número de árvores espalhadas pelo território. A arborização urbana produz benefícios concretos no meio ambiente e na vida das pessoas.

A cidade verde sofre menos com enchentes, alagamentos e enxurradas. Isso ocorre porque o solo fica mais permeável, favorecendo a absorção de água. Por consequência, menos resíduos sólidos são despejados nos rios urbanos, o que significa que a água que abastece a cidade é mais pura.

A arborização funciona como um escudo natural. As casas cercadas de árvores ficam protegidas dos raios solares, dos ventos, da poeira e da poluição do ar. Por essa razão, os moradores ligam menos o ar-condicionado, sofrem menos com os vendavais e são menos acometidos por doenças respiratórias, que podem levar à hospitalização. Tudo isso resulta em economia para as famílias e o poder público.

De forma surpreendente, estudos mostram que as árvores favorecem até mesmo a segurança pública. Os bairros arborizados atraem as pessoas para a rua, o que cria uma vigilância coletiva e sinaliza que a área não está abandonada — condições que os criminosos tendem a evitar.

As árvores ainda contribuem para a redução da violência doméstica, uma vez que funcionam como reguladores emocionais que promovem o bem-estar, aliviam a ansiedade, o estresse e a impulsividade e reduzem os conflitos familiares.

Além das praças e dos parques, precisam estar presentes em calçadas, jardins privados e canteiros centrais de avenidas, na margem de rios e córregos e ao redor de edifícios administrativos e instalações públicas, como bibliotecas, postos de saúde, hospitais, centros de cultura e terminais de ônibus.

Por todas essas razões, elas são consideradas equipamentos essenciais de infraestrutura urbana, da mesma forma que postes de luz, cabos de energia elétrica e redes de drenagem. Como tais, o plantio exige planejamento. A diferença é que são equipamentos vivos.

Determinações da Política Nacional de Arborização Urbana contidas nas duas propostas:

A bióloga Aline Cavalari, coordenadora do curso de especialização em arborização urbana da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destaca, entre os pontos altos da política nacional, a criação de regras para a compensação ambiental pela remoção de árvores:

“Atualmente, as mudas utilizadas na compensação são muito ruins e não têm sucesso após o plantio. Isso ocorre porque muitos políticos priorizam metas quantitativas em vez da qualidade das mudas, das quais parte acaba morrendo. Nessas condições, a compensação pela remoção de árvores não cumpre plenamente seu objetivo.”

De acordo com ela, o ideal seria fazer como em Paris, por exemplo, onde, quando uma árvore está velha e perto de morrer, é substituída por uma mais jovem e do mesmo porte, não por uma muda. Fazem isso para não esperar os muitos anos que a muda leva para virar uma árvore de porte e começar a absorver o carbono e os poluentes do ar.

“Trata-se, porém, de uma ação que exige muito dinheiro. Como a realidade brasileira não permite isso, temos que fazer o melhor possível diante das nossas possibilidades, investir em mudas de qualidade.”

O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas indica que, apesar das limitações orçamentárias historicamente impostas às ações ambientais, haverá, sim, dinheiro para a arborização das cidades após a aprovação da política nacional.

De acordo com a engenheira florestal Jennifer Viezzer, coordenadora-geral de Adaptação dos Ambientes Urbanos à Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente, os recursos se originarão de emendas parlamentares, de convênios, da cooperação internacional, do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e de uma fração do montante arrecadado com multas por infrações ambientais.

Uma vez criada a Política Nacional de Arborização Urbana, os gestores não poderão mais ignorar a questão, que passará a integrar oficialmente o rol de prioridades do poder público. O engenheiro florestal Daniel Caiche, professor de sustentabilidade corporativa na Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma:

“Os incentivos financeiros são imprescindíveis, mas não suficientes. As sanções também são necessárias. Embora não haja previsão explícita de punições, os prefeitos que descumprirem a nova lei e se omitirem poderão ser processados por improbidade administrativa.”

A bióloga Ketleen Grala, que coordena os projetos de educação ambiental da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), diz que a ausência de uma política nacional tem prejudicado a continuidade de bons projetos de arborização no país.

“Porto Alegre é um caso emblemático. A cidade foi a primeira do Brasil a ter uma Secretaria de Meio Ambiente, em 1976, e por muitos anos se destacou como referência nacional em arborização urbana. As trocas de gestão, porém, trouxeram prefeitos que não deram a devida atenção ao tema, e ações estruturantes acabaram se perdendo. A política nacional impedirá interrupções e retrocessos.”

O Ministério do Meio Ambiente apoia os dois projetos de política nacional no Congresso e já dá como certa a aprovação de algum deles em breve. Tanto que já iniciou a execução de um de seus dispositivos. Após consultar a sociedade, o ministério elaborou o Plano Nacional de Arborização Urbana, que será apresentado oficialmente durante a COP30 e fará parte do recém-criado Programa Cidades Verdes Resilientes. Para que o plano seja executado, não é necessário que a política nacional esteja aprovada e em vigor.

O plano nacional criará uma padronização básica para a arborização a ser contemplada pelos planos estaduais e municipais e seguida em todo o país. No entanto, não engessará os prefeitos, já que dará flexibilidade para que cada município adapte as medidas à sua realidade e às suas necessidades.

Especialistas afirmam que existem prefeituras bem-intencionadas que espalham árvores pelas cidades, mas involuntariamente fazem tudo errado. Não é raro que plantem espécies inadequadas e negligenciem a manutenção posterior. Quando fazem a manutenção, podem adotar medidas equivocadas, como mutilar a raiz. Nessas condições, será grande a chance de as árvores caírem. O que seria potencialmente bom acaba, no fim, sendo uma tragédia.

A engenheira florestal Ana Lícia Patriota, presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), diz:

“Quando ocorrem dano e prejuízo por causa de medidas incorretas de manejo, as pessoas ainda têm a ousadia de culpar a própria árvore. Embora pareça óbvio, é preciso repetir insistentemente que o trabalho só deve ser feito por profissionais capacitados. Não dá para improvisar.”

No Brasil, vem se tornando moda a substituição de árvores por palmeiras, especialmente as imperiais. Trata-se, porém, de uma prática condenada pelos especialistas.

“A substituição é um erro, entre outros motivos, porque as palmeiras não fazem a captura de carbono do ar e existe o risco de as folhas caírem com violência sobre carros e pessoas. Ao contrário do que se imagina, as palmeiras não são árvores. Apesar da imponência, são monocotiledôneas, como a cana-de-açúcar, não têm anéis de crescimento, o caule não aumenta em diâmetro para formar madeira e o desenvolvimento é apenas vertical, além de outros aspectos.”

Previstos no plano nacional, a padronização e o trabalho profissional são importantes porque contemplam os protocolos mais elementares da arboricultura, nem sempre conhecidos pelas equipes municipais. 

Veja abaixo exemplos de espécies inadequadas para determinadas situações urbanas:

O Plano Nacional de Arborização Urbana a ser lançado pelo Ministério do Meio Ambiente inclui o esquema chamado 3-30-300, considerado pela ONU regra de ouro da arborização urbana. Para ser sustentável, entre outros requisitos, a cidade precisa permitir que cada habitante veja da janela de casa, do trabalho ou da escola pelo menos três árvores, que a copa cubra no mínimo 30% da área de cada bairro e que haja uma praça, parque, jardim ou gramado de tamanho considerável a até 300 metros (aproximadamente três quadras) da casa, do trabalho ou da escola de cada pessoa.

Quando as metas incidem sobre cada habitante e cada bairro, a regra 3-30-300 impede que as autoridades se deem por satisfeitas com a arborização das zonas mais ricas e ignorem as mais pobres. O objetivo é combater a injustiça ambiental, que alimenta a injustiça climática — esta última ocorre quando os impactos das mudanças climáticas, como enchentes e deslizamentos de terra, afetam com mais intensidade as populações carentes.

No quesito arborização urbana como preocupação pública, o país está relativamente atrasado. Os primeiros estudos a respeito da necessidade de árvores nas cidades datam de meados do século passado, produzidos nos Estados Unidos e no Canadá. O primeiro grande encontro internacional sobre o meio ambiente foi a Estocolmo 1972, patrocinada pela ONU, que embora não tenha mencionado explicitamente a arborização urbana, reconheceu a importância das áreas verdes nas cidades como componente essencial do bem-estar humano.

Ação de manejo em árvores na Praça Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, após impactos da enchente de maio de 2024, com a remoção de uma paineira, três Guapuruvus, três Ligustros e a poda em um Eucalipto, substituídos por 12 mudas de árvores nativas (Alex Rocha/PMPA)

No Brasil, a agenda técnica e científica sobre o tema nasceu há exatamente 40 anos, em outubro de 1985, quando pesquisadores e gestores públicos se reuniram no 1º Encontro Nacional de Arborização Urbana, em Porto Alegre. E só agora começa a ganhar respaldo legal por meio da lei federal prestes a ser criada.

A ideia da lei, porém, não partiu do poder público, mas da sociedade civil organizada. Coube à Sociedade Brasileira de Arborização Urbana a iniciativa de redigir a minuta de um projeto de lei e apresentá-la ao Senado e à Câmara dos Deputados, onde, após os integrantes da entidade visitarem diversos gabinetes, foi finalmente encampada por Efraim Filho e Rodrigo Agostinho.

Os trabalhos de elaboração da minuta foram coordenados por Daniel Caiche, hoje na Fundação Getulio Vargas. Ele explica por que o tema não costuma ter grande receptividade no meio político:

“A arborização não rende dividendos para o prefeito. Não se trata de uma obra que será inaugurada com pompa, como um hospital. E os resultados não são imediatos. Quando se instala um poste, a iluminação começa no mesmo dia. Quando se instala uma boca de lobo, a coleta da água é feita logo na primeira chuva. No caso das árvores plantadas como mudas, porém, os benefícios só começam a ser colhidos após cinco, seis ou dez anos.”

Segundo Caiche, a falta de árvores nas cidades começou a ser vista como problema pela sociedade e pelo poder público no Brasil somente entre 2015 e 2016, quando o Acordo de Paris foi assinado, com compromissos ambientais para todos os países em razão da tragédia climática que se aproximava.

“Naquele mesmo momento, além disso, as pessoas começaram a sentir na pele os efeitos das mudanças climáticas, que vêm se tornando cada vez mais frequentes e extremos, como tempestades, enchentes e vendavais que destroem casas e paralisam as cidades. Só então se deram conta de que as cidades não estavam preparadas para os desastres climáticos.”

Ainda assim, diz Aline Cavalari, da Unifesp, ainda existem muitas pessoas que não entendem a importância das árvores na cidade:

“É comum que famílias não as queiram na porta de casa, temendo que sujem a calçada com suas folhas ou caiam, provocando prejuízos. Lojistas também são refratários, porque pensam que obstruirão a fachada do negócio. Ainda existe essa visão distorcida de que as árvores prestam um desserviço às cidades, e não um serviço.”

Na avaliação de Jennifer Viezzer, do Ministério do Meio Ambiente, o atraso brasileiro também se explica pelas urgências da pauta ambiental:

“Por muito tempo, o poder público se concentrou no combate ao desmatamento, na recuperação da vegetação nativa e na promoção da biodiversidade. Esses temas foram prioritários e mais fortes que a arborização urbana porque as nossas florestas ocupam uma área muito extensa e o desmatamento é de grandes proporções.”

Para mudar a visão negativa das árvores, afirma Ketleen Grala, da Unipampa, é essencial investir na educação ambiental, tal como prevê a Política Nacional de Arborização Urbana em análise no Senado e na Câmara:

“As árvores têm sido muito maltratadas porque as pessoas em geral não percebem sua presença nem reconhecem seu valor. O que a educação ambiental faz é mostrar que existem e têm um papel importante, principalmente no combate às mudanças climáticas. As crianças de hoje já têm essa consciência e só precisam de direcionamento para que se engajem e participem de bons projetos. A maior dificuldade são os hábitos incorretos arraigados nos mais velhos, que precisam ser sensibilizados para mudar atitudes equivocadas.”

Mesmo sem ainda haver a Política Nacional de Arborização Urbana, alguns gestores públicos, por iniciativa própria, já priorizam o tema, e suas cidades são reconhecidas internacionalmente por isso. No Brasil, 34 municípios já receberam o título de Cidade Árvore do Mundo, como Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Rio Claro (SP), Nova Friburgo (RJ) e Juiz de Fora (MG).

A honraria, concedida anualmente pela Arbor Day Foundation, dos Estados Unidos, e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), considera critérios como a quantidade e a qualidade das árvores, a existência de uma secretaria municipal dedicada ao meio ambiente e o volume de recursos destinados à arborização.

Cidades Árvores do Mundo 2024 / Fonte: Arbor Day Foundation

Com informações de Ricardo Westin, Maurício Müller, Bernardo Ururahy, Bruno Bazílio e Diego Jimenez, Agência Senado.

Veja a versão preliminar do Plano Nacional de Arborização Urbana, que será lançado na COP30>>

Confira o levantamento do MapBiomas sobre a cobertura vegetal nas cidades brasileiras>>

Conheça as cidades do Brasil que detêm o título de Cidade Árvore do Mundo>>

@mmeioambiente @ibamagov @mapbiomasbrasil @cop30nobrasil @arbordayfoundation @prefeiturademesquitarj @efraimfilhopb @rodrigoagostinho @prefeiturabelem @prefpoa @agenciasenado @ricardowestin @aline.cavalari @dt_caiche @ketleengrala