'Cometa do Século' poderá ser visto domingo, 13/10
Melhor horário é no começo da noite, por volta de 18h30, na direção onde o Sol nasce, a uma altura de até 30 graus, em todo o Brasil
13 OUT 2024 - 11H00 • Por Wilson LopesPesquisas do Instituto Locomotiva revelam que 58,9 milhões (29%) de brasileiros não acreditam que o homem botou os pés na Lua, e que 30 milhões (15%) têm dúvidas ou não acreditam que a terra é redonda.
Por ceticismo, desconhecimento ou qualquer outro fundamento que justifique as respostas acima, até os mais descrentes que olharem para os céus na noite do domingo, dia 13/10, terão a oportunidade de ver o cometa C/2023 A3 (Tsuchinschan-ATLAS).
O C/2023 A3 foi apelidado de ‘Cometa do Século’ porque, nessa data, estará na sua máxima aproximação com a Terra, a ‘apenas’ 71 milhões de quilômetros de distância.
Segundo o pesquisador Filipe Monteiro, do Observatório Nacional (ON), durante o mês de agosto e até a última semana de setembro, o cometa esteve ofuscado pelo brilho do Sol, e, após 11 de outubro, será possível observá-lo logo após o pôr do sol.
Conforme o pesquisador, ainda não é possível garantir que o cometa será visível a olho nu (sem o uso de equipamentos), pois a intensidade do brilho desses corpos celestes pode ser imprevisível. “É possível ser necessário o uso de binóculos ou telescópios para observá-lo”, afirmou.
Para se obter melhor visão do “Cometa do Século” é essencial escolher um local longe da poluição luminosa. Quem quiser observá-lo deve se posicionar com os olhos ou instrumentos voltados para o horizonte leste, onde o Sol nasce, no começo da noite, por volta de 18h30. Todo o Brasil poderá testemunhar a passagem do cometa C/2023 A3.
Monteiro informou que “talvez seja possível identificar uma mancha difusa que pode ser melhor visualizada com o auxílio de instrumentos como binóculos ou câmeras”.
Na segunda metade de outubro, o cometa poderá ser visto logo após o pôr do sol, no horizonte oeste, enquanto transita pela constelação do Sextante, Serpente e Ofiúco (outubro).
Monteiro esclareceu que “a maior dificuldade será encontrar um local com o horizonte oeste desobstruído, pois o cometa estará baixo no céu, a uma altura de até 30 graus”, acrescentou.
O apelido “Cometa do Século” foi dado ao C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) porque seu brilho é comparável ao do cometa Hale-Bopp, que atingiu magnitude semelhante em 1997, sendo um dos mais brilhantes do século 20.
A letra “C” indica que é um cometa não periódico, ou seja, ele se origina na Nuvem de Oort e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou demorar milhares de anos para retornar.
A designação “2023 A3” revela que foi o terceiro objeto desse tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS faz referência às instituições envolvidas na sua descoberta.
Filipe Monteiro esclareceu que os cometas são remanescentes da formação do sistema solar, compostos por poeira, rocha e diferentes tipos de gelo. Eles variam em tamanho, sendo alguns de até dezenas de quilômetros de diâmetro. "À medida que se aproximam do Sol, os cometas aquecem e liberam gases e poeira, formando suas caudas brilhantes", concluiu.
Efemérides Astronômicas
Já para os 71% de brasileiros que acreditam que o homem botou os pés na Lua, e para os 85% que não têm dúvidas e que acreditam que a terra é redonda, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou o guia ‘Efemérides Astronômicas do Observatório do Valongo’, que lista as datas e os períodos com as melhores oportunidades para observação dos principais fenômenos astronômicos do ano.
Visando resgatar o interesse pela contemplação celeste, o material apresenta, com linguagem simples, quais são os corpos celestes, quando e como visualizá-los. Chuvas de meteoros, passagens de cometas e o auge do brilho de estrelas estão entre os fenômenos listados no guia.
Sobre o cometa 2023 A3, o guia faz duas referências:
- 27/09 - Periélio do cometa C/2023 A3 (Tsuchinschan-ATLAS). Este astro estará visível, por meio de binóculos e possivelmente a olho nu, em céus escuros na última semana mês, quando irá transitar pela constelação de Sextante, direção leste.
- 12/10 - Máxima aproximação do cometa C/2023 A3 (Tsuchinschan-ATLAS) com a Terra (71 milhões de quilômetros). O cometa poderá ser melhor observado (com binóculos e possivelmente a olho nu, em céus escuros) na segunda quinzena do mês, no começo da noite, quando irá transitar pelas constelações de Serpente e Ofiúco.
Com informações, Douglas Corrêa, Agência Brasil.
Acesse o guia ‘Efemérides Astronômicas do Observatório do Valongo’>>