Logo Agência Cidades

#AgostoDourado

Solidariedade reduz a mortalidade neonatal

Bancos de Leite Humano distribuem 160 mil litros por ano a recém-nascidos de baixo peso e internados em unidades neonatais

4 AGO 2025 - 12H00 • Por Andreia Verdélio, Agência Brasil.
O Banco de Leite Humano Ivete França Lima, em Arapiraca, é um dos quatro de Alagoas que possui o serviço de visita domiciliar e coleta em domicílio - Prefeitura de Arapiraca (AL)

O Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 40,7 milhões para qualificação e ampliação dos serviços prestados por bancos de leite humano do país. A medida integra as ações do ‘Agosto Dourado’, campanha de conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno.

Inspirado na ‘hora de ouro’, que simboliza a primeira hora de vida do recém-nascido junto à mãe, a campanha do ‘Agosto Dourado’ é realizada em 120 países. Neste ano, o tema é ‘Priorize a Amamentação, Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis’.

Os recursos serão destinados às 226 unidades da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH-BR), conforme portaria publicada no Diário Oficial da União (Portaria GM/MS nº 7.648/2025). Cada unidade receberá R$ 180 mil em investimentos.

Com os recursos, os bancos poderão adquirir materiais e realizar serviços essenciais para o seu funcionamento, como coleta, processamento, armazenamento, controle de qualidade e distribuição do leite humano. Também estão previstas ações de comunicação, mobilização social e assistência direta às famílias.

O Brasil possui a maior e mais complexa rede do mundo, com aproximadamente 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais no país.

O modelo brasileiro é reconhecido mundialmente pelo desenvolvimento tecnológico inédito que alia baixo custo à alta qualidade, além de distribuir o leite humano conforme as necessidades específicas de cada bebê, aumentando a eficácia da iniciativa para a redução da mortalidade neonatal.

Essas unidades garantem a oferta de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso internados em unidades neonatais, além de oferecer orientação e suporte para mulheres em fase de amamentação.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o aleitamento ocorra de forma exclusiva até os 6 meses e complementado até 2 anos ou mais.

A RBLH-BR é uma iniciativa do Ministério da Saúde, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com suporte técnico de duas unidades no Rio de Janeiro: o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes. 

Segundo dados da OMS, o leite humano é capaz de reduzir até 13% de mortes evitáveis em crianças menores de cinco anos

A importância da doação de leite materno

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite humano é capaz de reduzir até 13% de mortes evitáveis em crianças menores de cinco anos. As evidências científicas indicam que bebês prematuros e/ou com patologias, que se alimentam de leite humano no período de internação na UTI neonatal, possuem mais chances de recuperação e de terem uma vida mais saudável. 

O leite materno é composto por nutrientes e fatores imunológicos capazes de proteger as crianças de várias doenças. Além de reduzir o tempo de internação, diminuir as possibilidades de complicações e reinternação pós-alta.

O afastamento do binômio mãe-bebê pode ser um desafio para a manutenção da lactação. Visto que o leite não pode ser produzido artificialmente, a doação é importantíssima para salvar vidas, e nesses casos, mulheres que estão amamentando podem coletar e doar o seu leite. Cada litro coletado de leite materno doado pode atender até 10 recém-nascidos.

Segundo os critérios da NT09.22 da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, qualquer mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. O Brasil conta com a maior Rede de Bancos de Leite Humano do mundo, com unidades em todos os estados, de modo a atender o maior número possível de recém-nascidos prematuros e/ou acometidos por alguma comorbidade. E nesse contexto, são as mulheres-mães-doadoras que tornam todo o trabalho possível e fazem parte dessa rede que salva-vidas.

Com informações, Agência Brasil, Fiocruz, RBLH-BR. 
@agencia.brasil @rblhfiocruz @oficialfiocruz

Acesse a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH-BR)>>

Confira a localização dos Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta>>