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Indicação Geográfica

Mel de abelha do Vale do Paraíba conquista selo de procedência

Reconhecimento da Indicação Geográfica alcança 35 municípios da região paulista, beneficiando produtores da agricultura familiar com o aumento do valor agregado e a preservação do conhecimento tradicional

1 SET 2025 - 10H52 • Por Wilson Lopes
O município paulista de Redenção da Serra promoveu a 1ª Festa do Mel para celebrar a produção local, reunindo moradores, visitantes e turistas com uma exposição de produtos à base de mel, cachaças artesanais e cosméticos - Prefeitura Redenção da Serra (SP)

O mel de abelha produzido em 35 municípios paulistas da mesorregião do Vale do Paraíba conquistou o direito de ostentar o selo de ‘Indicação de Procedência’. A chancela é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), após criterioso processo de análise iniciado em 2023, a pedido da Associação Sócio Educativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra e Região (Nutrir).

Segundo a Lei n.º 9.279/1996 (Art. 177), que regulamenta a propriedade industrial, “considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço”.

Conforme os documentos apresentados ao INPI pela Nutrir, a apicultura no Vale do Paraíba tem raízes históricas que remontam ao início do século XX, quando a atividade foi introduzida por monges Trapistas. O desenvolvimento ganhou força a partir de 1930, com a criação do Setor de Apicultura no Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo e, posteriormente, com a instalação do Centro de Estudos Apícolas (CEA) da Universidade de Taubaté, em 1988.

O CEA foi fundamental para consolidar a atividade, servindo de base para a implantação de um entreposto de mel e cera de abelhas, responsável por processar, fracionar e envasar o mel produzido na região, sempre de acordo com critérios de qualidade.

O reconhecimento oficial do Arranjo Produtivo Local (APL) do mel do Vale do Paraíba, concedido em 2013 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo, também marcou um passo importante para o fortalecimento da cadeia apícola. O APL contribuiu para a expansão do número de apicultores e colmeias, aumentando a produção e a renda da região. Em 2017, a produção alcançou 31 toneladas, contra 21 no ano anterior, reunindo mais de 300 apicultores.

Ao longo do processo, os documentos apresentados comprovaram que os 35 municípios da área delimitada compartilham a tradição apícola que caracteriza o Vale do Paraíba. A região, portanto, tornou-se reconhecida como referência na produção de mel de abelha, legitimando a Indicação de Procedência.

O Caderno de Especificações Técnicas contém as orientações, regras e os requisitos que os produtores devem seguir para manter a chancela de Indicação Geográfica, incluindo o processo produtivo, envase, rotulagem, armazenamento, expedição, além de mecanismos de controle e rastreabilidade do produto

 Delimitação da área geográfica: 

Além das delícias gastronômicas, o público da 1ª Festa do Mel de Redenção da Serra também conheceu mais sobre o universo das abelhas com a exposição de equipamentos de apicultura, trajes de segurança e colmeias para observação, tudo com foco na educação ambiental e valorização do produtor local

Importância econômica e turística

Atualmente, a apicultura é uma das principais atividades econômicas do Vale do Paraíba. A produção é majoritariamente familiar, realizada em apiários com menos de 20 colmeias, o que assegura sustentabilidade, rentabilidade e preservação do conhecimento tradicional.

Além de movimentar a economia local, a atividade é objeto de pesquisas acadêmicas e serviços técnicos prestados por instituições da região, o que reforça a credibilidade e a qualidade do mel.

O reconhecimento da IG também fortalece a identidade territorial do Vale do Paraíba, ampliando as oportunidades de comercialização e agregando valor ao produto. Para além da economia, a IG tem potencial de atrair turistas interessados em vivenciar a cultura apícola local e conhecer de perto a tradição que tornou o mel do Vale do Paraíba uma referência nacional.

151 Indicações Geográficas

Com essa concessão, o INPI chega a 151 Indicações Geográficas (IG) reconhecidas no Brasil, sendo 110 Indicações de Procedências (IP), todas nacionais, e 41 Denominações de Origem (DO), sendo 31 nacionais e 10 estrangeiras.

Com informações do Instituto Nacional da Propriedade Industrial; 
Ministério da Agricultura e Pecuária.
@inpibrasil @mdagovbr @mapa_brasil @redencaodaserraoficial @turismoredencaodaserraoficial @unitau

Acesse o Certificado de Registro de Indicação Geográfica>>

Acesse a Associação Sócio Educativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra e Região (Nutrir)>>

Acesse a página de Indicações Geográficas do INPI>>

Acesse a LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996>>