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10 anos depois do desastre de Mariana, moradores ainda buscam justiça

Desastre matou 19 pessoas, deixou mais de 600 desabrigadas e líderes comunitários relatam que muitas famílias ainda estão sem casa para morar

5/11/2025 - 10:07 Por Luiz Claudio Ferreira, Agência Brasil.

No dia 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão, em Mariana (MG), operada pela empresa Samarco, se rompeu, liberando cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. O desastre matou 19 pessoas e deixou mais de 600 desabrigadas. Além do distrito de Bento Rodrigues, outras comunidades também foram afetadas, como Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima, Pedras, Águas Claras e Campinas.

Mesmo passado uma década, a dor e a visão dos escombros ainda estão nítidas na memória. 

“É como se estivesse tudo acontecendo agora”, disse à Agência Brasil a líder comunitária Mônica Santos, ex-moradora do distrito de Bento Rodrigues, atualmente desempregada. 

Atualmente, ela reside no reassentamento da comunidade de Novo Bento Rodrigues, entregue pela Samarco. Fica a cerca de 13 quilômetros da antiga comunidade. 

“Mas a nossa casa ainda está cheia de problemas. A gente não pode falar que foi entregue 100%. Uma vez que ainda tem casa sendo construída e ainda tem morador desabrigado que nem projeto de casa tem”. 

A líder comunitária diz que é preciso lutar por justiça. Ela relata que a casa entregue pela Samarco não está ainda no nome dos desabrigados. 

A principal esperança dela é ver os conterrâneos reassentados em uma casa, que todas as vítimas sejam indenizadas e que haja responsabilização dos envolvidos. 

Para Márcio Zonta, integrante da direção nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, o desastre é um reflexo de como as decisões minerárias não estão ligadas à população. Ele entende que não há, em geral, um nível de reparação mínimo ao sofrimento das pessoas e que não existe um projeto nacional de mineração para o Brasil. 

O Brasil tem 916 barragens, sendo que 74 delas teriam maior risco de colapso e 91 estão em situação de alerta. 

Indenizações

À Agência Brasil, a empresa informou que, desde 2015, foram destinados R$ 68,4 bilhões para as ações de reparação e compensação. Nesse valor, estão R$ 32,1 bilhões pagos em 735 mil acordos de indenização individual. 

A empresa defende que esses recursos “têm transformado a realidade econômica da bacia, estimulando o comércio, fortalecendo cadeias produtivas e gerando empregos”.

Com informações da Agência Brasil.


 


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