Durante a ‘Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas’, que aconteceu entre os dias 13 e 31/05/2024, aproximadamente 21,6 mil escolas (46% do total) de 4,4 mil dos 5.569 municípios do país participaram de uma mobilização nacional para promover escutas qualificadas com estudantes adolescentes dos anos finais do ensino fundamental (que compreendem o 6º, 7°, 8º e 9 º anos).
Dos 9.756.499 alunos matriculados nesse período nas escolas públicas das redes municipais, estaduais e distrital, 2.362.733 (24%) responderam ao questionário, demonstrando suas percepções sobre aprendizagem, clima e convivência, inovação e participação no ambiente escolar.
A iniciativa do Ministro da Educação (MEC) contou com apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação(Undime) e teve como objetivo dar visibilidade para a percepção e as expectativas de estudantes em relação à escola, promover reflexões coletivas sobre os resultados e oferecer subsídios para que redes e escolas colaborem com o MEC na implementação do ‘Programa Escola das Adolescências’.
Segundo o MEC, essa política, voltada para os anos finais do ensino fundamental, visa criar melhores condições para aumentar o pertencimento de adolescentes nas práticas escolares e fortalecer o engajamento com suas próprias aprendizagens, oferecendo apoio técnico e financeiro para tornar a escola mais atrativa e promover aprendizagens significativas para as adolescências.
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Respeito se aprende na escola?
Conforme o relatório, o significado da escola difere para estudantes em momentos distintos da adolescência. Os dados indicam que, entre o 6º e 7º anos, é maior o percentual de adolescentes que reconhecem a escola como espaço de aprendizado, acolhimento, socialização e participação. Esse índice é menor entre estudantes de 8º e 9º anos.
Quando se trata de acolhimento, fica evidente que estudantes mais velhos se sentem menos confortáveis na escola. Enquanto 58% dos matriculados nos 6º e 7º anos concordam que são acolhidos por pessoas adultas, apenas 45% compartilham dessa percepção, entre o 8º e o 9º anos.
A tendência se repete quando respondem se profissionais respeitam e valorizam estudantes. Nos 6º e 7º anos, 71% consideram essa afirmação verdadeira, contra 56%, nos 8º e 9º anos.
Outro dado relevante sobre a percepção dos estudantes em relação à escola atual aponta para a necessidade de ressignificar o relacionamento entre adolescentes e pessoas adultas no ambiente escolar. Nos 8º e 9º anos, apenas 31% concordam que podem se expressar com liberdade.

Além disso, somente 39% de adolescentes dos 6º e 7º anos, e 26% dos de 8º e 9º anos, dizem que estudantes respeitam e valorizam professores e professoras. Esta afirmação foi a que obteve o menor percentual de concordância nas duas faixas etárias.
O reconhecimento por parte de adolescentes de que há problemas na relação com docentes revela um desafio preocupante, mas também pode ser um estímulo para serem estabelecidos novos diálogos e vínculos mais colaborativos na escola.

Convivência na escola
A pesquisa também aponta caminhos para aperfeiçoar a relação no ensino. À pergunta “Como ter uma convivência melhor na escola”, 22% (6º e 7º anos) e 21% (8º e 9º anos) dos alunos responderam “Ter espaço para conversar com professores e professoras sobre assuntos fora do conteúdo”.
Da mesma forma, sobre “Como participar mais da escola”, 31% (6º e 7º anos) e 21% (8º e 9º anos) responderam promover “Reuniões com estudantes, docentes e funcionários e funcionárias para decidir questões importantes da escola”.
Por outro lado, na mesma categoria, aparece a afirmação com a qual os estudantes mais concordaram: oito em cada dez dizem que têm amizades com quem gostam de estar, reforçando o papel fundamental da escola como espaço de socialização na adolescência. Ainda assim, é preciso atenção a estudantes que não concordaram com essa afirmação, pois podem estar enfrentando dificuldades para se integrar no ambiente escolar e até mesmo sendo vítimas de bullying ou outras violências.
@mineducacao @consedbr @undimenacional @unicefbrasil
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