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Exames detectam água contaminada com agrotóxicos em 28 cidades brasileiras

Agrotóxicos proibidos há mais de 20 anos no Brasil, como endrin e o aldrin, foram detectados pelo Ministério da Saúde em amostras em cidades de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Tocantins

28/06/2024 - 10:00 Por Wilson Lopes

Publicação do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, revela que a população de 28 municípios brasileiros pode estar consumindo agrotóxico acima do limite considerado seguro, quando abre a torneira de água da sua casa.

Os dados são de 2022 e colocam em atenção 3 cidades de Goiás, 13 de Minas Gerais, 8 de São Paulo, 2 do Mato Grosso e 2 do Tocantins. O número poderia ser ainda maior, pois os testes foram aplicados em apenas 2.445 das 5.570 cidades brasileiras, e muito deles apresentavam erros e foram classificados como inconsistentes pelo Ministério da Saúde.

Os agrotóxicos com mais testes acima do limite foram o endrin e o aldrin, ambos proibidos há mais de 20 anos no Brasil. O professor de toxicologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Fábio Kummrow, o consumo de água com esses elementos representa um risco à saúde, principalmente se o uso for contínuo. “Isso aumenta os riscos para doenças crônicas, como câncer e distúrbios hormonais, e para problemas no sistema nervoso, nos rins e no fígado”, adverte.

 

Aruanã, a campeã

A 314km de Goiânia (GO), Aruanã, além do turismo às margens do rio Araguaia, também é grande produtora de soja, feijão, milho e arroz, culturas com elevado uso de agrotóxicos. A Saneago, empresa de abastecimento da cidade, confirmou a presença de agrotóxicos nos exames, porém, em concentrações dentro dos limites permitidos por lei e, portanto, sem riscos para a população. A empresa alega que houve erro de digitação no preenchimento da planilha do Ministério da Saúde.

No ano passado, a Repórter Brasil lançou o Mapa da água, plataforma interativa em que é possível verificar a qualidade da água de cada município entre 2018 e 2020, além de trazer explicações sobre as substâncias encontradas na água.

Confira aqui o Mapa da Água>

Acesse a página do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua)

Com informações da Repórter Brasil>
 


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