A Prefeitura do Rio de Janeiro prevê ampliar a infraestrutura pública de recarga para veículos elétricos com a implantação de 15 novos postos de recarga rápida até 2028. O projeto é uma parceria com a C40 Cities, rede global de prefeitos das principais cidades do mundo unidos em ações para enfrentar a crise climática, e o The Climate Pledge (TCP), por meio da iniciativa global Laneshift.
A parceria entre o poder público e o setor privado reúne sete empresas dos setores de transporte, logística e manufatura. Desde julho, a C40 apoia um projeto demonstrativo de infraestrutura pública de recarga, inaugurando dois eletropostos da EZVolt, o Eletroposto Carioca, na Barra da Tijuca, primeiro hub público do país, e, agora, o da Avenida Brasil, que opera como laboratório urbano para subsidiar a implantação dos novos eletropostos.
O transporte rodoviário no Rio de Janeiro é responsável por 35,9% das emissões de gases poluentes, segundo a prefeitura da cidade.
“A concentração média anual de partículas inaláveis, resultado da queima de combustíveis fósseis de veículos a diesel, poeira e queimadas, varia entre 11 e 17 µg/m³, acima do limite de 10 µg/m³ recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, explica o secretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura, Osmar Lima.
Os eletropostos do Rio operam com carregadores ultrarrápidos Grid Zero, sem conexão à rede elétrica. Com capacidade para veículos elétricos e híbridos, oferecem solução prática e acessível, reduzindo emissões de gases de efeito estufa, e promovem o fortalecimento da infraestrutura para uma mobilidade urbana mais sustentável.
A iniciativa está alinhada com o Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática do Município do Rio de Janeiro, cuja meta é tornar a cidade neutra em emissões de GEE até 2050 e alcançar 40% de veículos elétricos e híbridos na frota até o mesmo ano.
Além disso, o projeto reforça a parceria estratégica entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a C40, por meio da iniciativa Laneshift, que procura viabilizar a transição do transporte de carga para veículos elétricos no Distrito de Baixa Emissão (DBE).
Segurança jurídica
A instalação dos eletropostos é fruto do Sandbox.Rio, programa da Prefeitura do Rio que permite a experimentação de soluções inovadoras em ambiente controlado, com segurança jurídica e clientes reais. O programa busca reduzir barreiras de entrada no mercado para a implementação segura de tecnologias que não se adequam ao quadro regulatório pré-existente, além de oferecer dados importantes para aprimorar políticas públicas e a regulação aplicável.
O The Climate Pledge (TCP) é um compromisso conjunto criado pela Amazon e a Global Optimism para que empresas de todo o mundo alcancem a neutralidade de carbono até 2040. Atualmente, conta com 592 empresas em 47 países ao redor do mundo.
Já a Laneshift, segundo a C40, é uma iniciativa internacional voltada para a descarbonização do transporte de carga em cidades da América Latina e da Índia, oferecendo assistência técnica e apoio a políticas públicas para acelerar a transição para veículos de zero emissão.
A empresa EZVolt, especializada em serviços de infraestrutura de recarga elétrica, que compõe o portfólio de energias renováveis da Vibra, teve projeto aprovado no primeiro ciclo do Sandbox.Rio. O programa está em seu segundo ciclo. Outro exemplo de iniciativa selecionada é a Whoosh – que opera patinetes na cidade.
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil já conta com 512.173 veículos eletrificados e 13.025 eletropostos (Freepik)Eletromobilidade no Brasil
Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), com 20.222 unidades vendidas em agosto – 9,4% de participação sobre o mercado automotivo total – os veículos leves eletrificados seguem em crescimento no Brasil e devem passar de 200 mil emplacamentos em 2025. De janeiro a agosto, foram 126.087.
“A eletromobilidade no Brasil vem se consolidando como um processo contínuo e em expansão. A adoção, pelos consumidores, de tecnologias menos poluentes reflete-se no aumento da participação dos eletrificados no mercado e nos investimentos realizados pelas montadoras para produzir esses modelos no Brasil”, destaca a associação.
Na classificação da ABVE Data, os eletrificados incluem os BEV 100% elétricos, os PHEV (híbridos elétricos plug-in), HEV (híbrido sem recarga externa) e HEV Flex (híbridos a etanol). Não incluem os MHEV de 12v ou 48v (micro-híbridos).
Em agosto de 2025, a participação de mercado dos eletrificados por tecnologia foi a seguinte:
- PHEV 057 (39,8%)
- BEV 624 (37,7%)
- HEV FLEX 296 (11,4%)
- HEV FLEX 245 (11,1%)
- TOTAL: 20.222
Geografia da eletromobilidade
A Região Sudeste lidera de forma expressiva o mercado de eletrificação no Brasil, impulsionada principalmente pelo Estado de São Paulo, que se destaca tanto nas vendas de veículos leves eletrificados quanto de ônibus elétricos.
Vendas de veículos leves eletrificados por regiões brasileiras em agosto de 2025:
- 1º – Sudeste: 9.430 (46,6%)
- 2º – Sul: 3.551 (17,6%)
- 3º – Nordeste: 3.302 (16,3%)
- 4º – Centro-Oeste: 3.079 (15,2%)
- 5º – Norte: 860 (4,3%)
Os 5 estados que mais venderam veículos eletrificados leves em agosto de 2025:
- 1º – São Paulo: 6.487 (32,1%)
- 2º – Distrito Federal: 2.010 (9,9%)
- 3º – Santa Catarina: 1.243 (6,1%)
- 4º – Rio de Janeiro: 1.234 (6,1%)
- 5º – Minas Gerais: 1.204 (6%)
Os 5 municípios que mais venderam veículos eletrificados leves em agosto de 2025:
- 1º – São Paulo: 2.747
- 2º – Brasília: 2.010
- 3º – Rio de Janeiro: 670
- 4º – Belo Horizonte: 634
- 5º – Curitiba: 525
Com informações de Ana Cristina Campos, Agência Brasil; Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE); Prefeitura do Rio.
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