O Governo Federal lançou o AgroAmigo, programa de microcrédito rural voltado a agricultores de baixa renda das regiões Norte e Centro-Oeste. Com o orçamento de R$ 1 bilhão, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), o programa busca beneficiar mais de 100 mil famílias com crédito acessível para custeio e investimento nas pequenas propriedades.
A operação será realizada em parceria com a Caixa Econômica Federal, com juros de 0,5% ao ano, prazos de até três anos para pagamento e bônus de adimplência de até 40%.
A linha é destinada a agricultores familiares com renda anual de até R$ 50 mil que possuam cadastro da agricultura familiar, o CAF. O crédito pode ser utilizado para investimentos em infraestrutura e fortalecimento da produção, como a construção de reservatórios e armazéns, implantação de sistemas de irrigação, recuperação de pastagens, aquisição de matrizes e reprodutores, montagem de pequenas agroindústrias e compra de insumos como sementes, adubos e ração.
O AgroAmigo dispensa a apresentação de garantias e conta com limites diferenciados conforme o perfil do beneficiário: até R$ 15 mil para mulheres, R$ 8 mil para jovens e R$ 12 mil para homens. Dessa forma, uma mesma família pode acessar até R$ 35 mil, desde que os integrantes atendam aos critérios.
Os recursos não são liberados em espécie, mas pagos diretamente aos fornecedores dos insumos ou equipamentos indicados na proposta de crédito, assegurando que o financiamento seja aplicado de forma segura e transparente na atividade produtiva.
Desde o início da operação, entre dezembro de 2024 e julho de 2025, já foram contratados mais de 12,8 mil empréstimos por meio do AgroAmigo, somando um volume total de R$ 150,7 milhões em investimentos. Estados como o Pará, o Acre e o Amazonas concentram a maioria dos contratos realizados até o momento.

Quem pode acessar o AgroAmigo?
Podem acessar agricultores e pecuaristas familiares, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e extrativistas. A renda da família deve ser de até R$ 50 mil por ano (uma média de R$ 4 mil por mês), e não pode haver contratação de empregados permanentes.
Para que o crédito pode ser usado?
- O valor pode ser usado para investimento em melhorias na estrutura da propriedade e no sistema produtivo, como:
- Construir reservatórios, armazéns e sistemas de irrigação;
- Fortalecer cultivos;
- Recuperar pastagens;
- Comprar matrizes e reprodutores;
- Montar pequenas agroindústrias que agreguem valor à produção da agricultura familiar.
O microcrédito também pode ser usado para custeio de despesas do dia a dia da produção, servindo para:
- Comprar sementes, adubo e ração;
Onde solicitar?
- O primeiro passo é baixar o aplicativo Conquista+ no celular e abrir uma conta. Depois, é preciso solicitar, pelo SAC, o atendimento de um agente de crédito credenciado. Esse profissional acompanha todo o processo, desde a elaboração da proposta de crédito até a liberação do recurso, e pode ir até a comunidade ou à propriedade para fazer o atendimento. Vale destacar que negócios comunitários, como cooperativas, associações ou sindicatos agrícolas, também podem orientar e solicitar esse atendimento.
Quais documentos apresentar?
- CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) tipo B e CAR (Cadastro Ambiental Rural), quando aplicável;
- Documento de identidade (RG);
- Cadastro de Pessoa Física (CPF);
- comprovante de endereço.
Se os membros da família fizerem parte de uma única CAF tipo B, todos poderão solicitar o acesso ao microcrédito usando o mesmo CAF. É importante esclarecer que uma mesma família somente pode assinar diferentes contratos se cada beneficiário estiver, de fato, dedicado à atividade produtiva.
Quais são as condições para acessar o AgroAmigo?
- Taxa efetiva de juros de até 0,5% ao ano.
- Prazo de até 36 meses.
Qual é o valor do crédito?
- O AgroAmigo conta com limites diferenciados conforme o perfil do beneficiário: até R$ 15 mil para mulheres, R$ 8 mil para jovens (pessoas com idade entre 18 e 29 anos) e R$ 12 mil para homens. Dessa forma, uma mesma unidade familiar poderá acessar até R$ 35 mil, desde que seus integrantes se enquadrem nas categorias previstas na regulamentação vigente.
Quanto tempo demora para o crédito ser liberado?
- O ciclo do Microcrédito Produtivo Rural pode levar até 30 dias. Antes de assinar o contrato, o cliente passa por algumas etapas importantes:
- orientação inicial com o agente de crédito;
- elaboração de uma proposta de crédito;
- apoio técnico do agente credenciado;
- homologação (aprovação) da proposta.
- Se toda a documentação estiver correta, esse prazo pode ser ainda menor.
O que é o bônus de adimplência?
- O cliente tem direito a um bônus (desconto) de 25% a 40% sobre cada parcela da dívida que for paga até a data de seu vencimento, dependendo da finalidade do crédito.
Precisa apresentar garantias?
- O AgroAmigo dispensa garantias.
É preciso apresentar orçamentos para compra de equipamentos (tratores, barcos, caminhonetes, etc.)?
- Sim. Para a linha de investimento, o cliente deve apresentar o orçamento do item desejado. Mas esse processo é detalhado e orientado pelo agente de crédito. O documento de orçamento precisa conter:
- Dados do cliente (os mesmos documentos listados acima);
- Dados da loja (CNPJ, razão social, dados bancários, endereço e contato);
- Descrição detalhada do produto;
- Carimbo e assinatura do responsável pela loja.
E no caso de ampliação da propriedade (galpão, aviário, tanque de peixes, áreas de criação, etc.)?
- Não é necessário apresentar projeto, apenas orçamento. No caso de serviços como abertura de tanque com hora/máquina, é preciso firmar contrato de prestação de serviço registrado em cartório e apresentar o comprovante de pagamento emitido pela prefeitura. Outra opção é obter orçamento junto a uma empresa com CNPJ regularizado.
Como ocorre o acesso ao recurso?
- O AgroAmigo trabalha com crédito voltado exclusivamente para investimento produtivo. Por isso, o recurso não é liberado em dinheiro para saque. O valor do financiamento é transferido diretamente para a conta do fornecedor indicado no orçamento. Dessa forma, o crédito é aplicado de forma segura e transparente na atividade produtiva escolhida pelo agricultor ou pela agricultora.
Com informações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
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