
O TMF Group (Trust Management Finance), multinacional holandesa, opera há 40 anos em 79 países prestando serviços de gestão de impostos, contabilidade, administração de recursos humanos, folha de pagamento, fusões e aquisições. Entre seus clientes estão as maiores empresas do mundo, como Microsoft, Lenovo e Credit Suisse, além de possuir uma carteira de US$ 215 bilhões no mercado de capitais.
Esta capilaridade propiciou ao TMF Group entender como ninguém a complexidade empresarial global e a calcular o ônus administrativo que recai sobre as empresas que lidam com as regras para fazer negócios em diferentes países.
Fruto dessa expertise, o Global Business Complexity Index 2025 (Índice Global de Complexidade Empresarial - GBCI) chega à sua 12ª edição identificando os fatores que impulsionam o sucesso ou o fracasso na operação em 79 mercados estrangeiros.
O GBCI 2025 baseia-se em 292 indicadores de complexidade empresarial, com base em seus ambientes de negócios, abrangendo legislação, conformidade, procedimentos contábeis, regimes tributários, regras de recursos humanos e processos de folha de pagamento.
“Não é de surpreender, portanto, que países mais complexos também apresentem menor prosperidade em termos de PIB per capita. Esse poderia ser um preço que valeria a pena pagar se seus requisitos administrativos conferissem algum benefício social, ambiental ou de outra natureza. No entanto, em nossa medida de complexidade, lidamos principalmente com a burocracia, que representa um custo inerte para as economias desses países. Por exemplo, a Dinamarca, um dos lugares mais fáceis para se fazer negócios, não parece estar sacrificando muito em tais proteções quando comparada ao Brasil, um dos países mais complexos para se fazer negócios”
Mark Weil, TMF Group CEO
NADAR OU AFUNDAR
O GBCI, que traz em seu título “Mapeando o crescimento empresarial bem-sucedido em um mundo cada vez mais incerto”, apontou três focos globais para 2025:
Caminhos resilientes e corredores comerciais - Em um cenário geopolítico em constante mudança, caminhos e corredores comerciais resilientes facilitam o fluxo contínuo de mercadorias (papel desempenhado pelos polos regionais, o impacto do apoio governamental no fluxo comercial e como a diversificação pode apoiar a resiliência).
Riscos da cadeia de suprimentos - Um aspecto crítico dos caminhos resilientes é a gestão dos riscos da cadeia de suprimentos (como os riscos podem ser mitigados por meio da diversificação de fornecedores, da colaboração interjurisdicional e dos papéis que a infraestrutura, os dados e a tecnologia desempenham nesse processo).
Tendências do mercado de trabalho e trabalho remoto - Para a maioria das jurisdições, o trabalho híbrido veio para ficar e continua sendo uma consideração fundamental para as empresas que desenvolvem suas estratégias em um mercado de trabalho desafiador (o impacto da inflação salarial e os desafios que as empresas enfrentam para atrair e reter talentos com as habilidades necessárias).
ÍNDICE GLOBAL DE COMPLEXIDADE EMPRESARIAL 2025

Empreendedores que já registram uma empresa, um funcionário, um imóvel ou qualquer outro serviço que dependa de cartório ou do governo (seja ele municipal, estadual ou federal), sabem bem que o ambiente de negócios no Brasil é desencorajador.
Tanto que o país já chegou a liderar o Índice Global de Complexidade Empresarial em 2022. Deixamos a vexatória primeira posição em 2023, quando passamos para o terceiro lugar, e ficamos em 7º, em 2024. Mas tivemos uma recaída em 2025, quando ficamos na sexta posição, revelando o nosso apego à burocracia, vício do qual não fazemos questão de abandonar.

Veja o que os especialistas da TMF Brasil apontaram no relatório:
O Brasil passou da 7ª para a 6ª posição no ranking do GBCI deste ano. Semelhante a 2024, as complexidades do setor de A&T continuam sendo os principais impulsionadores dos desafios operacionais. A integração dos sistemas tributários com padrões contábeis como IFRS ou US GAAP adiciona complexidade significativa, especialmente com as discussões em andamento sobre a reforma tributária no Brasil.
O Brasil está testemunhando uma crescente adoção de tecnologia, aprimorando significativamente o monitoramento de transações e a conformidade por meio de sistemas de relatórios eletrônicos. Essa mudança facilitou a supervisão em tempo real, mas introduziu camadas adicionais de complexidade e gerenciamento de riscos para as empresas. O governo brasileiro também está realizando projetos significativos de infraestrutura, investindo R$ 2 trilhões para melhorar os corredores comerciais, com foco em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
De modo geral, as empresas estão se concentrando meticulosamente nos riscos logísticos e na conformidade ambiental, com uma crescente dependência da tecnologia para monitorar as cadeias de suprimentos. O mercado de trabalho tem demonstrado resiliência com a adoção de modelos de trabalho híbridos, especialmente em regiões voltadas para o setor de serviços, como São Paulo. Assim, apesar da instabilidade política e econômica, as empresas brasileiras estão cada vez mais preparadas para enfrentar os desafios por meio de parcerias estratégicas e integrações tecnológicas.
O Brasil tem integrado cada vez mais a tecnologia para aprimorar a vigilância das transações financeiras, visando prevenir a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas. Embora esses avanços facilitem operações mais tranquilas, eles também apresentam maiores riscos e desafios de conformidade devido ao processamento das reconciliações de transações em tempo real. Embora agora bastante aprimorado pela tecnologia, fazer negócios no Brasil continua complexo em termos de governança geral, especialmente no que diz respeito às transações que garantem o registro e o pagamento correto dos impostos.
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