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Modelo de negócio

Brasil tem 2,1 milhões de trabalhadores de plataformas digitais

Estudo do IBGE revela o crescimento de mais uma nova categoria profissional que trabalha muito e ganha pouco

7/12/2024 - 13:00 Por Wilson Lopes

A mudança no modelo de negócio das empresas, acelerada pela transformação digital e aquecida pela pandemia da Covid-19, acabou criando uma nova categoria profissional da qual as pequenas, médias e grandes cidades já incorporaram na sua rotina. 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já conta com 2,1 milhões de trabalhadores cadastrados nas plataformas digitais. O número já alcança 2,4% dos 87,2 milhões de pessoas que estavam empregadas no país, no quarto trimestre do ano passado.

Entre as plataformas mais utilizadas estão as de aplicativo de transporte particular de passageiros (47,2%), serviço de entrega de comida e produtos (39,5%), aplicativo de táxi (13,9%) e aplicativo de prestação de serviços gerais ou profissionais (13,2%).

O levantamento da PNAD Contínua também revela que o trabalho nas plataformas digitais reserva pouco espaço para as mulheres, pois os homens respondem por 81,3% dos cadastros, quase metade deles (48,4%) de 25 a 39 anos, com nível médio ou superior incompleto (61,3%).

Comparados com trabalhadores de outras categorias, os que atuam em plataformas ganham 5,4% a mais (R$ 2.645 contra R$ 2.513) mas, em compensação, trabalham por mais tempo (46h horas semanais contra 39,6h).
Fato preocupante é que apenas 35,7% dos trabalhadores de plataformas estavam contribuindo para a previdência social, enquanto entre os ocupados no setor privado eram 60,8%. 

Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e procurador do Ministério Público do Trabalho, Rodrigo Carelli, entrevista à Agência Brasil, esse levantamento do IBGE joga luz no mercado de trabalho. “A função das plataformas é reduzir a remuneração dos trabalhadores. É uma coisa a olhos vistos, mas agora temos uma fotografia estatística que mostra isso.”

Da Redação Agência Cidades, com informações Agência Brasil. 
 


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