O Balanço Energético Nacional (BEM/2025), documento produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), aponta um salto significativo na utilização do milho para a produção de etanol.
Conforme o documento, 20,2% do etanol anidro e 19,5% do etanol hidratado produzidos em 2024 foram derivados do milho (o que equivale a 7,55 bilhões de litros), mostrando um avanço do grão na composição do biocombustível, em comparação com anos anteriores.

Esse crescimento, segundo o BEM/2025, está diretamente ligado à expansão da segunda safra de milho — a chamada safrinha —, sobretudo no Centro-Oeste, onde as usinas mantêm operação durante todo o ano. Além do etanol, o processo produtivo gera subprodutos valorizados, como ração animal e óleo, o que amplia os benefícios econômicos para diferentes regiões do país.
O relatório ressalta que, recentemente, o potencial da safrinha brasileira foi reconhecido pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que passou a considerá-la como fonte importante para a produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês). O reconhecimento abre caminho para ampliar a oferta de SAF e inserir o Brasil com mais força no mercado global de soluções de baixo carbono para o setor aéreo.
A consolidação do etanol de milho está alinhada às políticas públicas do governo federal para ampliar o uso de biocombustíveis no país. A evolução para o E30 (mistura com 30% de etanol na gasolina, que passou a vigorar a partir de agosto) tem potencial para impulsionar ainda mais a demanda pelo produto e atrair investimentos que ultrapassam R$ 10 bilhões para a cadeia produtiva do biocombustível.
A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que, já em 2025, o etanol de milho alcance 23% de participação da produção total.
“A ampliação do uso do etanol fortalece a transição energética brasileira, reduz a dependência de combustíveis fósseis e contribui para o cumprimento das metas climáticas. Por ser uma fonte renovável, o etanol ajuda a mitigar emissões de gases de efeito estufa e reforça a segurança energética do país diante das incertezas do mercado internacional”, ressalta a pasta.
O Balanço Energético Nacional é publicado anualmente ao final do primeiro semestre, reunindo estatísticas referentes ao ano anterior. A publicação apresenta a contabilização relativa à oferta e ao consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de extração de recursos energéticos primários, a conversão em formas secundárias, importação e exportação, a distribuição e o uso final da energia.

Com informações do Ministério de Minas e Energia (MME).
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