
Emergentes querem sentar à janela. O 11º Fórum Parlamentar do BRICS, que será realizado de 3 a 5 de junho de 2025, no Palácio do Congresso Nacional, em Brasília (DF), reunirá líderes parlamentares dos onze países membros e nove parceiros do grupo.
Organizado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, sob o lema “O papel dos Parlamentos do BRICS na construção de uma governança global mais inclusiva e sustentável”, o trabalho envolverá os seguintes eixos prioritários: cooperação em saúde global; comércio, investimentos e finanças; mudança do clima; governança da inteligência artificial; reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional.
O objetivo é ampliar a repercussão das reflexões e conclusões do Fórum Parlamentar sobre a reunião da Cúpula do BRICS, prevista para ocorrer nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.
30% da economia mundial e 20% do comércio global
O BRICS reúne as maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024, se associaram ao grupo o Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã. Neste ano, houve a adesão da Indonésia. Há, ainda, os países parceiros, como Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria.
Ao contrário da União Europeia e do Mercosul, o BRICS não é um bloco comercial. Ele surgiu como uma aliança voltada para o desenvolvimento econômico e a cooperação política entre os países do chamado sul global. Juntos, esses países representam cerca de 40% da população do planeta, mais de 29% da economia mundial e de 20% de todo o comércio global, com destaque para combustíveis, minérios e grãos.
O bloco atua em diversas áreas: política e segurança, economia e finanças, além de promover o intercâmbio cultural entre as nações. Os acordos firmados pelos chefes de estado são submetidos aos parlamentos de cada país.
Em resposta às dificuldades de acesso a recursos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o BRICS criou em 2014 o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) com um capital inicial de US$ 50 bilhões para o financiamento de projetos sustentáveis e de infraestrutura nos países membros e nas nações em desenvolvimento.
O NDB, com sede em Xangai, já liberou recursos para financiar 31 iniciativas no Brasil, como usinas solares e eólicas. O Rio Grande do Sul conseguiu uma linha de quase R$ 6 bilhões para a reconstrução do estado após as enchentes no ano passado.
Moedas locais
Os países do bloco também discutem o uso de moedas locais nas trocas comerciais. E em meio ao 'tarifaço' imposto pelos Estados Unidos, a aposta é de que essas negociações dentro do BRICS se intensifiquem.
Os países do BRICS também defendem mudanças em organismos internacionais, como as Nações Unidas, e o próprio FMI.
No campo da ciência e tecnologia, eles discutem o uso da Inteligência Artificial, segurança digital, desigualdade no acesso às tecnologias, inovação industrial e até a exploração do espaço.
Outra área de cooperação do BRICS é a de desenvolvimento sustentável e mudança do clima. O Brasil, que também vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, quer o apoio do bloco no financiamento de projetos que reduzam o aquecimento global.
Acesse o site do 11º Fórum Parlamentar do BRICS - 3 a 5 de junho de 2025 – Brasil