Com um olhar atento à diversidade e ao respeito pelos povos originários, o Governo de Goiás promoveu a formação ‘Educação Escolar Indígena: Educação Intercultural e Inclusão dos Povos Indígenas’. A iniciativa contou com a presença de professores, supervisores pedagógicos, intérpretes e mediadores de inclusão das escolas indígenas da rede pública estadual.
O destaque da formação foi o lançamento do livro ‘Leia’, adaptado para as línguas originárias A’uwe Uptabi, Tapuia e Xuréréa, como parte das ações do Programa AlfaMais Goiás. O material representa um marco para a educação bilíngue no estado e reforça o compromisso com a valorização da cultura e da identidade indígena nas salas de aula.
Durante a cerimônia de abertura, o vice-cacique Wellington Brandão destacou a importância do momento. “O povo indígena sofreu por muitos anos para conquistar uma educação justa e de qualidade. Hoje, somos gratos por esse olhar de respeito e inclusão aos nossos povos”.
O estudante do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Professora Olga Mansur, Emilson Pinita’awê, expressou a sua emoção em ver os livros para os povos indígenas. “Esse livro é um guia escolar e um legado para nós. Ele foi escrito na nossa língua materna. Isso mostra que nossa cultura não será esquecida. Fico muito feliz”, afirmou com emoção Emilson.

Respeito cultural
O superintendente de Atenção Especializada, Rupert Nickerson, lembrou que o livro ‘Leia’ já havia sido lançado em Língua Portuguesa e que Goiás é o primeiro estado do Brasil a adaptar o material didático às línguas indígenas. “Nosso objetivo é garantir que as crianças indígenas também tenham acesso pleno à aprendizagem, por meio de um material que respeita sua cultura e identidade linguística”.
Representando o povo Xavante, Cristóvão Tsoropre também destacou o protagonismo indígena na construção da educação nas aldeias. “Temos liberdade para conduzir o ensino conforme as tradições de cada comunidade”.
O Programa AlfaMais Goiás, uma das principais políticas educacionais do Estado. Visa elevar os índices de alfabetização na idade correta, combater desigualdades e garantir que cada criança tenha acesso a uma Educação de qualidade desde os primeiros anos escolares.

1.694.836 indígenas
O Censo Demográfico 2022 revelou que o Brasil conta com 1.694.836 indígenas de 305 etnias, o que representa 0,83% da população brasileira (203,1 milhões). E, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,07 milhão deles vivem fora de terras delimitadas (63,25% do total), enquanto apenas 623 mil vivem nessas áreas (36,75%).
A Amazônia Legal tem 868,4 mil indígenas, ou 51,23% do total. Entre as regiões, a Norte concentra 753,8 mil deles (44,48% do total). Em seguida, aparecem as regiões Nordeste (com 529,1 mil, ou 31,22%), Centro-Oeste (com 200,2 mil ou 11,81%), Sudeste (com 123,4 mil ou 7,28%) e Sul (com 88,3 mil ou 5,21%).
Os indígenas se espalham por 4.833 municípios brasileiros (86,8%, de um total de 5.568), sendo que Manaus tem a maior população absoluta (71,7 mil) e Uiramutã (RR), a maior população relativa (96,6% do total dos habitantes).
Amazonas é o estado com maior população indígena (490,9 mil), seguido pela Bahia (229,4 mil). Roraima tem a maior proporção dessas pessoas em relação ao total de sua população (15,34%).
Indígenas urbanos em Goiás
Segundo o IBGE, os maiores percentuais de indígenas residindo em áreas urbanas em 2022 foram observados em Goiás (95,5%), Rio de Janeiro (94,5%) e Distrito Federal (91,8%).
Conforme a publicação ‘Indígenas: Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio: Resultados do universo’, Goiás conta com 9 localidades indígenas (terras indígenas declaradas, homologadas, regularizadas ou encaminhadas como reservas indígenas) e 33 locais de concentração de pessoas indígenas (LCPIS), nos seguintes municípios:
Abadia de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragarças, Aruanã, Campos Belos, Catalão, Caturaí, Cidade Ocidental, Formosa, Goianésia, Goiânia, Goiás, Luziânia, Minaçu, Mineiros, Niquelândia, Nova América, Novo Gama, Planaltina, Rubiataba, Uruaçu e Valparaíso de Goiás.
Com informações da Secretaria de Estado da Educação do Governo de Goiás; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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