
Principal projeto ferroviário em andamento no país e peça-chave para impulsionar a logística, economia e o desenvolvimento do Nordeste, a Transnordestina recebeu um novo investimento de R$ 1,4 bilhão para o avanço das obras.
Os investimentos anunciados pelo governo federal (18/07/2025) incluem R$ 600 milhões provenientes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), como parte do aditivo de R$ 3,6 bilhões formalizado em novembro de 2024. A outra parte, de R$ 816 milhões, foi captada por meio do leilão de cotas escriturais do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor).
Em menos de dois meses, este é o segundo investimento anunciado pelo Governo Federal na Transnordestina. No início de junho, o Ministério dos Transportes oficializou o aporte de R$ 1 bilhão para o Lote 8 da ferrovia. O trecho, de 46 quilômetros de malha, corta os municípios cearenses de Quixadá, Itapiúna, Capistrano e Baturité.
As obras da Transnordestina já atingiram 75% de avanço físico: do total previsto, 676 quilômetros da linha principal já foram entregues, e outros 280 quilômetros estão em construção.
Com 1,2 mil quilômetros de extensão e orçamento total de R$ 15 bilhões, a ferrovia corta 53 municípios do Nordeste: vai de Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará.
Essa é a maior obra linear do Brasil em andamento. São mais de 4 mil empregos diretos e mais de 1.100 máquinas pesadas em operação e R$ 4 bilhões em contratos já assinados em execução, destaca o diretor-presidente da Transnordestina Logística, Tufi Daher.
Considerado o principal projeto logístico do Nordeste, a ferrovia conecta áreas produtoras do interior aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), facilitando o escoamento de grãos, minérios e outros produtos para o mercado interno e internacional.
A expectativa é que parte da ferrovia entre em operação ainda em 2025, iniciando o transporte de cargas a partir do Terminal Intermodal em Bela Vista do Piauí.

A construção da ferrovia, que seria conhecida como Transnordestina começou em 1959, mas foi logo interrompida, considerada economicamente inviável. De lá para cá, as obras chegaram a ser retomadas e paralisadas algumas vezes, por inúmeras questões. O projeto renasceu com força em 2023, como uma das prioridades do governo federal.
Com a economia em expansão - hoje a terceira maior do país -, e forte crescimento dos setores industrial e agroindustrial, o Nordeste tem ampliado sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, respondendo por aproximadamente 16% da composição econômica do Brasil. Nesse contexto, a Transnordestina desempenha papel estratégico ao conectar centros produtores do interior aos grandes portos locais.
Com informações do Ministério dos Transportes.