Goiânia, capital de Goiás, será a única cidade da América Latina a sediar uma etapa da 78ª temporada do Campeonato Mundial de Corridas de Rua (MotoGP 2026). A ‘fórmula 1’ das corridas de motos contará com 22 Grandes Prêmios em 18 países, contemplando cinco continentes.
Segundo o calendário da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), Goiânia receberá a segunda etapa, dias 20, 21 e 22/03, no Autódromo Internacional Ayrton Senna. A capital não recebia a categoria há 37 anos.
Em 2024, o campeonato foi vencido pelo espanhol Jorge Martín com a Prima Pramac Racing, tornando-se o primeiro piloto de equipe independente a vencer o título da classe principal na era da MotoGP. A temporada de 2025 foi vencida por outro espanhol, Marc Márquez, da Ducati Lenovo Team.
A MotoGP 2026 contará com 22 pilotos de cinco construtoras, que utilizam motores de 1000cc: Aprilia (4), Ducati (6), Honda (4), KTM (4), Yamaha (4). Entre eles está o paulista Diogo Moreira, de 21 anos, que corre pela Honda LCR.
A MotoGP 2026 contará com 22 pilotos de cinco construtoras (Secom/GO)Para a FIM, o retorno ao Brasil “coloca a MotoGP em um dos maiores mercados do mundo e a cidade de Goiânia sempre promoveu eventos emblemáticos e vibrantes”.
Goiânia já sediou anteriormente o Grande Prêmio do Brasil de MotoGP entre os anos de 1987 e 1989. São Paulo também já foi casa do evento em 1992. O último período da competição no Brasil ocorreu entre 1995 e 2004, no Rio de Janeiro.
A pista, com 3,835 km e 12 curvas, conta com uma reta de 1.100 metros, que foi alargada de 12 para 15 metros, onde os pilotos podem alcançar a velocidade de até 376 km/h (Cristiano Borges)Reforma em alta velocidade
Para receber a prova, o Governo de Goiás está promovendo uma intensa reforma e modernização no autódromo, que contempla obras na pista, áreas de escape (caixas de brita serão ampliadas), muretas de contenção, guardrails e barreiras de pneus, visando proporcionar segurança máxima aos pilotos. As áreas dos boxes, camarotes, prédio administrativo, torre de controle também estão sendo reformadas. Outro ponto de melhoria foi a área médica, que recebeu uma estrutura oito vezes maior.
“Estamos utilizando materiais de maior durabilidade para competições. Já frisamos toda a pista para depois aplicar a camada do novo pavimento e já realizamos toda a terraplanagem para a implementação das caixas de brita”, ressaltou o arquiteto Carlos Wieck, da Motor Sport, responsável pelo projeto, ao detalhar o andamento da obra.
Em vistoria às obras (19/10), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que o cronograma já está com 60,2% de realização (a previsão era de 55% na data). Os trabalhos seguem em duas frentes, com intervenções de obras civis e também específicas para a pista, buscando modernizar as instalações para garantir conforto e segurança para os pilotos e o público.
Ao final da obra, a praça esportiva será homologada pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) e pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e, com isso, poderá receber qualquer competição internacional.
Melhor traçado do Brasil
O traçado do autódromo de Goiânia é reconhecido como um dos melhores do Brasil para competições de motovelocidade. A pista, com 3,835 km e 12 curvas, conta com uma reta de 1.100 metros, alargada de 12 para 15 metros, onde os pilotos podem alcançar a velocidade de até 376 km/h.
O administrador do autódromo e ex-piloto Roberto Boettcher, afirmou que hoje as motos e os carros já alcançam 350 km por hora. “Depois da reforma, vamos ter um autódromo à altura de receber até 400 km por hora”, afirmou.
Para isso, a camada asfáltica está sendo totalmente trocada. A pista de corrida receberá asfalto tipo ‘Gap-Graded’, um material de alto desempenho para garantir mais velocidade, com excelência de pavimento, nivelamento e escoamento de água. O material asfáltico, em razão do calor de Goiânia, também recebe componentes específicos para altas temperaturas, afirmou o arquiteto e urbanista especializado em projeto e manutenção de circuitos automobilísticos, Carlos Wieck, responsável pela execução da obra.
Plano operacional de mobilidade
Com a expectativa de que mais de 200 mil pessoas circulem pela capital durante o período da competição, o Governo de Goiás apresentou o Plano Operacional de Transporte e Trânsito para a MotoGP 2026. Elaborado pela empresa Oficina Consultores, em parceria com a Redemob, o estudo reúne ações para assegurar mobilidade urbana, segurança e conforto ao público.
O relatório aponta um conjunto de intervenções urbanas no entorno do Autódromo de Goiânia, incluindo adequações de infraestrutura, reforço na sinalização e oferta de transporte especial.
A chegada ao Autódromo será permitida apenas por moto ou ônibus; veículos particulares estarão proibidos, a fim de evitar congestionamentos. Para atender o público, a Redemob ofertará linhas exclusivas para o Autódromo, partindo dos Terminais Isidória, Praça da Bíblia e Paulo Garcia. A frota especial será movida a biometano, combustível 90% menos poluente que o diesel. Pontos provisórios de embarque e desembarque serão criados para o transporte coletivo durante os três dias do evento.
A orientação é que os frequentadores deixem seus veículos nessas regiões e completem o trajeto de ônibus. Serão disponibilizados também “bolsões de estacionamento” com cerca de 10 mil vagas distribuídas entre o Estádio Serra Dourada, no Jardim Goiás, e o Paço Municipal, no Park Lozandes.
O Plano de Intervenções de Trânsito será executado pelo Governo de Goiás em parceria com a Prefeitura de Goiânia, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. As ações incluem reforço na sinalização e recapeamento das vias.
Plataforma digital com gastronomia, lazer, compras e atrações
Com expectativa de forte impacto econômico, o Governo de Goiás elaborou, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), um plano de trabalho voltado à exploração do potencial dos setores de comércio e serviços.
Entre as iniciativas em estudo está uma plataforma digital para apresentar aos turistas opções de gastronomia, lazer, compras e atrações culturais. Também estão sendo ofertadas capacitações para profissionais que atuarão no atendimento ao público. A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), abriu 100 vagas gratuitas em cursos voltados ao turismo. Também está prevista a instalação de uma Delegacia do Turista, com servidores bilíngues.
4 mil empregos
Estudo do Instituto Mauro Borges (IMB) indica que a realização do MotoGP movimentará, na economia goiana, cerca de R$ 868 milhões, com previsão de geração de R$ 130 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A expectativa é que sejam gerados ao menos 4 mil empregos, além de aquecer toda a cadeia de negócios em torno da corrida, o chamado trade turístico. A projeção aponta que o evento deve atrair mais de 150 mil pessoas, sendo 12% do exterior e 32% de outros estados, impactando principalmente os setores de transporte, hotelaria, comércio de produtos alimentícios e bebidas, e atividades de publicidade, televisão e cinematografia.
MotoGP em Goiás em números
- R$ 868 milhões em movimentação econômica no estado;
- 4 mil empregos diretos e indiretos;
- 150 mil espectadores;
- 67 mil pessoas que precisarão de hospedagem;
- Mais de R$ 3 mil de gasto médio estimado por espectador;
- R$ 130 milhões é a expectativa de arrecadação tributária para o Estado.
50 mil ingressos vendidos
Ao todo, 50 mil ingressos já foram vendidos, sendo 78% destinados a visitantes de outros estados e do exterior. Os preços variam de $ 145 a $ 1020 (R$ 784 a 5.518).
Com informações da Secretaria de Comunicação do Governo de Goiás.
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