Desde maio de 2009, quando a Federação Internacional de Futebol anunciou as sedes oficiais da Copa do Mundo FIFA de 2014 no Brasil, excluindo Goiânia do seleto grupo das 12 cidades que receberiam os jogos, o Estado de Goiás vinha sofrendo um processo de ‘apequenamento’ em seu status de arena esportiva brasileira.
Com a construção de sete novos estádios, com padrão internacional (Arena Corinthians/SP, Estádio Nacional/DF, Arena Pernambuco/PE, Arena Fonte Nova/BA, Arena Pantanal/MT, Arena das Dunas/RN e Arena da Amazônia/AM), além da completa reforma de outros cinco estádios (Maracanã/RJ, Mineirão/MG, Castelão/CE, Beira-Rio/CE e Arena da Baixada/PR), o Serra Dourada foi rebaixado ao segundo plano do futebol nacional, sendo ignorado inclusive pelos clubes da capital (Atlético Goianiense, Goiás Esporte Clube e Vila Nova), que optaram por construir estádios próprios, de menor porte, para reduzir os custos operacionais (o Goiânia Esporte Clube manda seus jogos no Estádio Olímpico, também do Governo do Estado).
Com isso, o estádio sofreu as consequências do tempo. Construído pelo Governo de Goiás e inaugurado em 9/03/1975, quando recebeu 76.718 pessoas para assistir ao jogo entre as seleções Goiana e Portuguesa, o Serra Dourada completou 50 anos sem nunca passar por uma reforma estrutural.
Ao todo, o Estádio Serra Dourada apresenta uma área de 282.630,00 m², sendo 62.844,22 m² de área construída, com estacionamento para 12.000 veículos em uma área de 116.150 m² (totalizando 398 mil m²). O complexo também conta com o Ginásio Valério Luiz de Oliveira (Goiânia Arena) e o Parque Poliesportivo (Parque da Criança).
Encravado na região da capital com o 2º maior valor de metro quadrado do Estado de Goiás, o complexo está distante 9 km do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, às margens da BR-153, com várias rotas de acesso e proximidade com o shopping e parque Flamboyant, Paço Municipal, Assembleia Legislativa, Fórum e o Centro Cultural Oscar Niemeyer.
O projeto de revitalização preserva a arquitetura original do estádio, mas estão previstos o rebaixamento do gramado e a capacidade será readequada, passando para 44 mil torcedores em jogos e 60 mil pessoas em shows (Construcap)Bola pra frente...
A solução encontrada pelo Governo de Goiás para recuperar o Serra Dourada foi a abertura de um processo licitatório para concessão à iniciativa privada, prevendo a execução de obras de reforma e modernização, bem como a gestão, manutenção e operação do complexo.
“Assim, para que seja elevado o nível de excelência dos serviços a serem prestados à sociedade, tornando-se moderno e mais dinâmico, é necessário que sejam promovidas reformas na sua infraestrutura, além da implantação de melhorias com a criação de novas áreas de lazer, entretenimento, recreação, alimentação, dentre outras benfeitorias. Logo, para que o Distrito de Esporte e Entretenimento possa oferecer serviços de qualidade à sociedade, faz-se necessário grandes investimentos e uma operação integrada entre as unidades funcionais, permitindo um melhor aproveitamento do potencial dos equipamentos. Diante da escassez de recursos públicos para investir na implantação do Distrito de Esporte e Entretenimento que ora se vislumbra, somada aos níveis de especialização e agilidade requeridos para a administração deste empreendimento, bem como a exploração de eventos esportivos, áreas de alimentação, shows, congressos e seminários, as ações do Estado de Goiás se afiguram incompatíveis com a gestão do Estádio e do Ginásio”, descrevia o Estudo Técnico Preliminar, elaborado por um grupo de trabalho liderado pelo vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, ex-jogador de futebol.
O edital, publicado no final de 2024, tem prazo de validade de 35 anos, com valor de R$ 959.690.639,00. De imediato, o Grupo Construcap, vencedor da concorrência, deverá investir cerca de R$ 300 milhões, valor acima do mínimo previsto em contrato, que é de R$ 265 milhões (a Construcap compunha o consórcio que atuou na reformulação e construção do Complexo do Estádio do Mineirão para a Copa).
A proposta transforma o Serra Dourada em um polo de uso diário, integrando esporte, cultura, lazer e turismo, com previsão de início das obras para maio de 2026. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ressaltou que a concessão à iniciativa privada por um tempo limitado mantém o bem público no patrimônio do Estado.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o vice-governador, Daniel Vilela, que liderou o grupo de trabalho responsável pelo Estudo Técnico Preliminar (Júnior Guimarães)“Este modelo de negócio garante investimentos contínuos, sem a utilização de recursos públicos, assegurando transparência e desoneração do governo. A gestão de uma estrutura como essa é algo que tem de ser transferido para ter maior eficiência, utilização e melhoria de qualidade de vida para a população. Isso que estamos fazendo é o que existe de mais moderno e acontece no mundo todo”, explicou Caiado.
Segundo o vice-governador Daniel Vilela, o Complexo Serra Dourada voltará ao calendário nacional e internacional de eventos, consolidando Goiás como um hub de entretenimento do Centro-Norte brasileiro.
Impacto econômico e arquitetura original
As obras de reforma e modernização do Complexo Serra Dourada deverão gerar 2,5 mil empregos diretos e indiretos até 2028, três mil postos de trabalho após a conclusão da reforma, além da movimentação anual de cerca de R$ 1 bilhão na economia goiana a partir de 2030.
O diretor-presidente da Construcap, Roberto Capobianco, ressaltou que a concessionária utilizará seu conhecimento e experiência acumulados para tornar esse o seu melhor projeto. Além do Serra Dourada, a empresa é responsável ainda pela administração do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG), e do Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP).
Com a modernização do complexo, projeta-se a consolidação de uma agenda com mais de 150 eventos e 3 milhões de visitantes por ano. Conforme o diretor comercial da Construcap, Samuel Lloyd, o Serra Dourada será o primeiro estádio brasileiro que traz o conceito de camarotes ao nível do gramado (60 no total), prática comum nos estádios americanos e que traz o torcedor para próximo do campo.
O projeto de revitalização preserva a arquitetura original do estádio, mas estão previstos o rebaixamento do gramado; a demolição da antiga arquibancada geral; espaços no nível intermediário com suítes climatizadas e novos lounges; reforma da área de alimentação, que passará a contar com novos bares e restaurantes; ampliação do túnel para chegada de carretas ao campo; substituição de cabines de rádio e tevê; e tecnologias como reconhecimento facial. A capacidade do estádio também será readequada, passando para 44 mil torcedores em jogos e 60 mil pessoas em shows.
O Goiânia Arena ganhará uma fachada em LED, reestruturação acústica, 29 camarotes e estrutura para grandes espetáculos (Construcap)Goiânia Arena
Já o Goiânia Arena ganhará uma fachada em LED, reestruturação acústica, 29 camarotes e estrutura para grandes espetáculos. Além disso, a área externa do complexo será transformada em um parque urbano poliesportivo aberto ao público, com ciclovia, pista de corrida, quadras poliesportivas e criação de um parque linear com o plantio de cerca de 800 árvores nativas do cerrado. A transformação ainda contempla uma infraestrutura técnica de ponta, incluindo fibra óptica, cobertura 5G e um moderno centro de controle operacional.
Para garantir a modernização sem comprometer o funcionamento do complexo, o projeto foi estruturado em etapas. Mesmo com o período previsto de 24 meses de obras no Serra Dourada, a agenda de eventos permanecerá ativa, com a utilização das áreas do estacionamento e ginásio, que passarão por intervenções mais rápidas, sem longas interrupções no funcionamento. A conclusão total da obra está programada para maio de 2028.
Com informações da Secretaria de Comunicação do Governo de Goiás.
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