O Índice Integrado de Seca (IIS3), medido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), fechou o mês de setembro com 216 municípios em condição de seca extrema, com destaque para São Paulo (72), Minas Gerais (54 ), Goiás (9), Amazonas (8), Mato Grosso do Sul (8) e Mato Grosso (17). O número de municípios com condição de seca extrema foi maior do que o aferido em agosto (201).
Conforme o monitoramento do Cemaden, diversos municípios nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste já enfrentam a seca há mais de um ano, com destaque para:
- Amazonas: Barcelos (16 meses), Santa Isabel do Rio Negro (16 meses), Codajás (15 meses), Maraã (15 meses), Fonte Boa (15 meses), Uarini (15 meses), Guajará (14 meses), Ipixuna (14 meses)
- Pará: Eldorado do Carajás (16 meses)
- Roraima: Rorainópolis (14 meses)
- Acre: Capixaba (14 meses), Plácido de Castro (14 meses), Porto Walter (14 meses), Rodrigues Alves (14 meses), Mâncio Lima (13 meses)
- Rondônia: Cabixi (13 meses)
- Mato Grosso: Corumbiara (13 meses), Chupinguaia (13 meses), Apiacás (12 meses), Castanheira (12 meses), Colniza (12 meses), Rondolândia (12 meses)
- Minas Gerais: Capim Branco (12 meses), Ipiaçu (12 meses).
Agravamento da seca
Conforme o novo boletim do Cemaden, a previsão para outubro é de piora, com 293 municípios atingidos por seca extrema, o que deve intensificar os impactos já observados na vegetação, nos recursos hídricos e nas atividades agrícolas dessas regiões.
Destaque para a expansão dos municípios com condição de seca extrema, sendo estes localizados no Amazonas (11 municípios), Mato Grosso (50 municípios), Mato Grosso do Sul (11 municípios) e Goiás (20 municípios).
Conforme o mapa de dias consecutivos sem chuva, atualizado em 1º de outubro de 2024, mais de quinhentos municípios brasileiros já enfrentam um período crítico prolongado, com mais de 150 dias sem precipitação. A região mais afetada por essa condição concentra-se entre o Mato Grosso e Minas Gerais.
Escassez de água generalizada
A ‘Tabela de Classificação de Severidade da Seca’, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), mostra, com uma escala de cores, o grau de severidade da seca. As secas fraca (S0) e moderada (S1) possuem, estatisticamente, um tempo de retorno menor, sendo, portanto, mais frequentes no mapa. Por outro lado, as demais categorias de seca (S2, S3 e S4) enquadram-se como eventos mais “raros”, com tempos de retorno superiores a 10 anos.
A ‘Seca Extrema’, categoria S3 na tabela, situação que se encontram os 293 municípios apontados pelo Cemaden, em outubro, ocorre uma vez a cada 20/50 anos e provoca grandes perdas de culturas/pastagem; escassez de água generalizada ou restrições. É a penúltima antes do colapso da categoria S4 (Seca Excepcional), que ocorre a cada 50/100 anos.
Confira o Boletim Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil do Cemaden>>
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