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Data Favela

60% dos moradores das favelas fazem compras on-line

Apesar da representatividade, pesquisa apura atrasos nas encomendas e mercadorias não recebidas, devido ao endereço que não foi encontrado

22/07/2025 - 10:55 Por Guilherme Jeronymo, Agência Brasil.

Pesquisa realizada em favelas de todo o país analisou percepções sobre consumo, condições de vida e perspectivas dos moradores. Contrariando o estereótipo de que são espaços de pobreza, onde o próprio desejo pelo consumo enfrenta limitações, as respostas indicam um ambiente comercial pujante e alinhado às principais marcas e plataformas utilizadas no restante do país.

O estudo ouviu 16 mil pessoas, com atuação de mil voluntários ligados à Central Única das Favelas (Cufa), e metodologia do instituto de pesquisas Data Favela.

Entre as principais percepções estão:

  • 83% preferem produtos que, ao mesmo tempo, sejam baratos, mas tenham qualidade; 
  • 85% se sentem realizados quando conseguem juntar recursos para comprar um produto de acesso mais difícil; 
  • 78% se esforçam para adquirir produtos cujos acessos não foram possíveis quando eram mais jovens, o que denota uma percepção do consumo como conquista e do acesso como direito e pertencimento.

A sensação de frustração também foi investigada pela pesquisa: 

  • 50% consideraram já ter passado por situação de constrangimento ou humilhação por não ter acesso a um produto; 
  • 62% se sentiram excluídos porque não têm condições financeiras de consumir um produto que está na moda.

Outro aspecto destacado pela pesquisa foi a percepção da importância dos cuidados com a aparência: 

  • 77% disseram se importar com a aparência;
  • 57% consideraram produtos cosméticos como itens de primeira necessidade;
  • 37% disseram que ter boa aparência é um elemento positivo para melhores condições profissionais.

A pesquisa também buscou a percepção sobre quais os principais anseios dos moradores: 

  • 19% têm como maior sonho melhores condições de moradia;
  • 18% querem ter mais acesso a hospitais e postos de saúde.
  • 18% priorizaram mais segurança;
  • 14% sonham com mais infraestrutura, como rede de esgoto e iluminação. 
  • 9% dizem que a prioridade é o respeito;
  • 7% acreditam que são opções de lazer;
  • 5% pedem por mais escolas;
  • 4% pedem por mais opções de transporte;
  • 5% priorizaram outros sonhos;
  • 1% não definiu nenhum desejo como prioritário.
O Instituto Data Favela ouviu 16 mil pessoas, com atuação de mil voluntários ligados à Central Única das Favelas (Cufa)

Como a favela compra

O consumo on-line é realizado por seis em cada 10 moradores das favelas nas quais vivem no país, cerca de 17 milhões de pessoas com mais de 18 anos em 8% dos lares do país.

As principais plataformas preferidas são Shopee, Mercado Livre e Shein, com 78% de menções como sites em que os moradores da região costumam comprar, com liderança considerável da primeira, usada por 40% dos entrevistados.

Quanto às intenções de compras em um intervalo de seis meses:

  • 70% dos moradores de favelas pretendem adquirir peças de vestiário;
  • 60% desejam comprar itens de beleza e perfumaria;
  • 51% somente produtos de beleza;
  • 51% querem comprar material de construção;
  • 51% têm pretensão de adquirir eletrodomésticos; 
  • 43% pretendem comprar eletrônicos;
  • 43% sonham consumir cursos diversos;
  • 29% cursos de idiomas.

A pesquisa apurou ainda dificuldades em compras on-line. E mais: 60% dos entrevistados relataram ocorrência de atrasos na entrega de encomendas, enquanto 20% não receberam encomendas, pois o endereço não foi encontrado. Metade dos entrevistados disse ter recebido mensagens ou e-mails fraudulentos sobre encomendas. Um terço dos ouvidos caiu em golpes de mensagens ou e-mails.

Com informações da Agência Brasil.

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