O Brasil conta oficialmente com 87.362 localidades, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as localidades apontadas figuram cidades, vilas, núcleos urbanos, povoados, lugarejos, núcleos rurais, localidades indígenas, localidades quilombolas e agrovilas dos projetos de assentamento.
No censo anterior, de 2010, o país contava com 21.886 localidades, o que representa uma expansão de 65.476 novas aglomerações de habitantes (+339,3%). O IBGE afirmou que a multiplicação desses aglomerados é explicada por questões técnicas, como a utilização de imagens de satélite de alta resolução espacial.
“Esse crescimento aparece em todas as categorias mapeadas e está ligado tanto à melhoria das ferramentas de mapeamento quanto ao aperfeiçoamento da metodologia usada pelo Instituto”, informou.
O instituto frisa que o mapeamento não se atém apenas aos limites político-administrativos. Também leva em conta como as pessoas vivem, usam e nomeiam os lugares.
O gerente de Malha e Ordenamento Territorial do IBGE, Felipe Leitão, considera que identificar essas localidades enriquece a análise geográfica da distribuição da população brasileira, reconhecendo que as localidades “não existem somente como categorias geográficas e estatísticas oficiais, mas principalmente como espaços de vida cotidiana e de significação social”.
Segundo o instituto, os dados revelam diferenças marcantes entre as regiões do país, com o Sul e o Sudeste concentrando mais localidades em situação urbana, isto é, classificadas como cidades, vilas ou núcleos urbanos. “Por outro lado, Norte e Nordeste concentram os maiores números absolutos de povoados e lugarejos, fortalecendo a imagem de um Brasil em que o mundo rural ainda é muito presente e diversificado”, explica o relatório.
Ferramenta de consulta
O estudo também disponibiliza uma ferramenta de consulta de localidades: o usuário pode obter informações sobre categorização, nome, coordenada geográfica e subordinação político-administrativa da localidade que desejar. É possível também fazer o download dos arquivos vetoriais dos pontos das localidades.
O mapeamento das localidades é uma das atividades mais antigas e importantes do IBGE, indispensável para a realização de censos e pesquisas estatísticas. No estudo atualizado pelos dados do Censo 2022, destacam-se as seguintes categorias:
- Cidades (enquanto Capital Federal, Capital Estadual e Sedes Municipais),
- Vilas (Sedes Distritais),
- Núcleos Urbanos,
- Povoados,
- Lugarejos,
- Núcleos Rurais,
- Localidades Indígenas (Agrupamentos Indígenas e Outras Localidades Indígenas),
- Localidades Quilombolas (Agrupamentos Quilombolas e Outras Localidades Quilombolas),
- Agrovilas dos Projetos de Assentamento,
- Outras Localidades.
Lugar onde a vida acontece
Conforme o IBGE, o novo produto não olha apenas para os limites político-administrativos desenhados em lei. Ele também leva em conta como as pessoas vivem, usam e nomeiam os lugares.
A nova categoria “Outras Localidades” - a mais numerosa de todas, com 38 782 apontamentos - funciona como uma espécie de “lupa” sobre uma multiplicidade de pequenos assentamentos com nome próprio e função social importante no território (como pontos de serviços, sociabilidade, habitação e identidade local), mas que, por serem muito pequenos, não são individualizados em Setor Censitário específico.
De acordo com Felipe Leitão, Gerente de Malha e Ordenamento Territorial da mesma Coordenação, identificar essas diferentes localidades enriquece a análise geográfica da distribuição da população brasileira.
“Os dados permitem uma leitura multidimensional e multiescalar da realidade da presença da população no território brasileiro. É a valorização pelo IBGE da multiplicidade das configurações territoriais existentes, reconhecendo que as localidades não existem somente como categorias geográficas e estatísticas oficiais, mas principalmente como espaços de vida cotidiana e de significação social”.
Para Beatriz Oliveira, geógrafa analista da publicação, ao detalhar o território brasileiro em quase 90 mil localidades, o novo mapeamento do Censo 2022 aproxima a produção cartográfica censitária da vida real das pessoas.
“Do grande centro urbano ao pequeno lugarejo, da Capital Federal às comunidades indígenas e quilombolas, o estudo mostra um Brasil territorialmente mais complexo, diverso - e, sobretudo, mais visível.”
A consulta e acesso aos dados fornecem informações para atender a demandas de variados tipos de usuários e setores da sociedade: logística de serviços, infraestrutura, turismo, distribuição de serviços de saúde e educação, conservação ambiental, entre outros. É ainda uma ferramenta rica para investigações acadêmicas e desenvolvimento e acompanhamento de políticas públicas.
Com informações de Bruno de Freitas Moura, Agência Brasil; Ana Paula Davim, Agência IBGE Notícias.
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