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Letalidade de aproximadamente 100%

DF relata raiva em morcegos em Sobradinho e Planaltina

Morcego-da-cara-branca, que testou positivo, se alimenta de frutos e teve contato apenas com cães

9/07/2025 - 12:24 Por Paula Laboissière, Agência Brasil.
A vigilância sanitária fará a instalação de armadilhas para morcegos (Divulgação/Seagri)

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou dois casos de raiva em morcegos. Em comunicado de risco, é relatado que, no último dia 5/07/2025, laudo de exame laboratorial testou positivo para raiva em morcego recolhido na região administrativa de Sobradinho. Três dias antes, outro laudo havia apresentado resultado positivo para um morcego recolhido em Planaltina.

Ambos os morcegos são da espécie Artibeus lituratus, conhecida como 'morcego-da-cara-branca', que se alimenta de frutos. Os animais que testaram positivo, segundo a secretaria, tiveram contato apenas com cães, "não tendo se verificado exposição humana".

"Diante do cenário epidemiológico atual, que evidencia a circulação do vírus da raiva em morcegos do Distrito Federal, e considerando a altíssima letalidade da doença aproximadamente 100% torna-se imprescindível intensificar as medidas de prevenção, vigilância e controle", informou a Secretaria de Saúde.

Ainda segundo o comunicado, ao longo dos próximos dias, a vigilância sanitária fará a instalação de armadilhas para morcegos, visando realizar estudos laboratoriais. A orientação é que, caso algum morador tenha contato direto ou encontre morcegos em áreas comuns, ou privativas, comunique imediatamente para que providências adequadas sejam tomadas.

Outras recomendações importantes listadas pela secretaria à população incluem:

  • acionar a equipe de zoonoses pelos telefones (61) 3449-4432/4434 ou por meio do Disque Saúde (160) ao encontrar morcegos ou animais silvestres caídos ou suspeitos e não tentar recolhê-los ou manipulá-los;
     
  • vacinação anual de cães e gatos, realizada em campanhas promovidas pela própria secretaria, assim como a vacinação de rebanhos, acompanhada pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri);
     
  • evitar tocar, alimentar ou domiciliar animais silvestres, uma vez que a circulação do vírus em espécies de vida livre não pode ser determinada com precisão, sendo impossível garantir que o animal está saudável;
     
  • diante de casos de acidente com morcegos, animais silvestres ou animais desconhecidos, deve-se lavar o ferimento com água e sabão e procurar uma unidade de saúde mais próxima para avaliar a necessidade de profilaxia com vacina.

Mais informações sobre raiva e sobre a profilaxia antirrábica, assim como ações de recolhimento de animais e locais disponíveis para vacinação, podem ser encontradas no endereço.  

Em caso de dúvida, a orientação é contatar a área técnica responsável por meio do telefone (61) 3449-4439 ou do e-mail.

Transmissão por saliva contaminada

Conforme a secretaria, a raiva é uma doença causada por um Lyssavirus que provoca encefalite progressiva e fatal em mamíferos, incluindo seres humanos. A transmissão do vírus ocorre por meio de saliva contaminada, a partir de mordedura, arranhadura ou mesmo lambedura de animais infectados.

No local da lesão, o vírus alcança as terminações nervosas e migra, por meio dos nervos periféricos, até alcançar o cérebro e as glândulas salivares, por onde é eliminado.

O quadro neurológico, uma vez instalado, evolui para óbito em praticamente todos os casos. Não existe tratamento comprovadamente eficaz para a raiva, apenas protocolos experimentais de significado clínico limitado há somente cinco registros de cura em todo o mundo, com sequelas graves e permanentes.

"Desta forma, a única estratégia para o controle da doença em seres humanos consiste na realização dos esquemas de profilaxia com vacina e soro, conforme recomendações internacionais e do Ministério da Saúde", ressaltou a secretaria.

O Distrito Federal, ao longo de sua história, registrou apenas dois casos autóctones de raiva humana (Divulgação/Seagri)

Situação epidemiológica no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, em 2024 foram confirmados dois casos de raiva humana no Brasil. A doença foi registrada no estado do Piauí, em decorrência de acidente por primata não-humano infectado pela variante de sagui, e no estado de Tocantins, cuja variante detectada foi a 3, relacionada ao morcego hematófago Desmodus rotundus, contraída a partir de um cão identificado como provável animal agressor.

Situação epidemiológica no Distrito Federal

O Distrito Federal, ao longo de sua história, registrou dois casos autóctones de raiva humana sendo o primeiro em 1978 de uma criança agredida por cão, que evoluiu a óbito e o segundo em 2022 (44 anos após primeiro caso) infectado com a variante de morcego não sendo possível identificar a fonte de contaminação e nem o local provável de infecção. Em 2024, não houve nenhum caso de raiva humana no DF.

Com informações da Agência Brasil.

@gov_df @secsaudedf

Acesse a página da Secretaria de Saúde do Distrito Federal>>

Acesse o Informativo Epidemiológico da Vigilância da Raiva no Distrito Federal 2024>>



 


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