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470 anos

60% dos paulistanos querem deixar a cidade

Principal cidade do país enfrenta problemas estruturais e 74% da população não percebe ação da prefeitura no bairro onde mora

24/03/2024 - 10:54 Por Wilson Lopes

As Nações Unidas usam três definições para estabelecer o quantitativo populacional de uma cidade: a delimitação administrativa, a extensão de sua área urbana ou as suas regiões metropolitanas.

Em todas as três situações, São Paulo encabeça o top 10 das maiores metrópoles do mundo, ao lado de Tóquio e Osaka (Japão), Déli (Índia), Xangai e Pequim (China), Cidade do México, Cairo (Egito), Mumbai (Índia) e Daca (Bangladesh).

Com 11.451.999 habitantes (Censo/22), São Paulo chega aos 470 anos enfrentando uma série de problemas estruturais, como o estrangulamento da mobilidade urbana, as rotineiras enchentes, a expansão da violência, as poluições do ar e sonora, além da falta de moradia adequada e daquele que talvez seja o mais visível e perturbador símbolo da ausência do Estado: a Cracolândia.

Os ingredientes dessa receita causam um sabor indigesto no bolo de aniversário da cidade, pois 60% dos moradores dizem que sairiam de São Paulo, se pudessem. A pesquisa ‘Viver em São Paulo: Qualidade de Vida 2024’, da Rede Nossa São Paulo (RNSP), revela a percepção dos paulistanos sobre a cidade, qualidade de vida, avaliação da administração pública, investimentos da prefeitura, além da transparência do poder público.

A Rede Nossa São Paulo é uma organização da sociedade civil cuja missão é mobilizar diversos segmentos da sociedade para construir e promover ações visando tornar a cidade justa, democrática e sustentável.

Veja uma síntese dos resultados:

  • 60% dos moradores de São Paulo dizem que sairiam da cidade, se pudessem.
     
  • 30% da população avalia que a qualidade de vida na cidade melhorou nos últimos 12 meses (há uma ligeira tendência de crescimento em relação às pesquisas dos anos anteriores). Outros 47% dizem que a qualidade de vida permaneceu estável e 22%, que piorou.
     
  • 65% dos moradores de São Paulo não lembram em quem votaram para vereador em 2020.
     
  • 65% dos paulistanos e paulistanas não têm vontade alguma de participar da vida política da cidade.
     
  • 68% acham que a geração de empregos deve ser a prioridade de um político; redução das desigualdades sociais e combater o preconceito (racismo, homofobia, diferença de classe social, etc.) aparecem em seguida, nesta ordem.
     
  • 17% dos paulistanos e paulistanas avaliam a administração municipal como boa ou ótima; 38% consideram que é ruim ou péssima e 42%, regular.
     
  • 74% acham que a prefeitura tem feito pouco ou nenhum investimento no bairro onde moram, apesar da melhora na percepção de investimento em algumas áreas.
     
  • 87% acham que a administração municipal é pouco ou nada transparente em relação à divulgação de informações sobre a gestão, metas e prestação de contas.
     
  • Apenas 9% dos moradores avaliam a Câmara dos Vereadores como ótima ou boa.

Sobre a pesquisa
A pesquisa ‘Viver em São Paulo: Qualidade de Vida’ é realizada anualmente, em parceria com o Ipec e apoio do Sesc. Ao todo, foram entrevistadas 800 pessoas com 16 anos ou mais, em dezembro de 2023, de forma presencial e on-line. Com intervalo de confiança de 95%, a margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Com informações RNSP @redenossasaopaulo

Acesse a síntese da pesquisa ‘Viver em São Paulo: Qualidade de Vida 2024’>

 


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