Logo Agência Cidades
6,12 litros de álcool por ano

Consumo de bebidas alcoólicas aumentou 26% em dez anos

Pesquisa revela que 20,8% dos brasileiros maiores de 18 anos afirmaram ter consumido quatro ou mais doses de bebida alcoólica nos últimos 30 dias

20/10/2025 - 15:06 Por Wilson Lopes

Os recentes casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas provocaram uma série de ações de vigilância, investigações policiais, apreensão de mercadorias e a publicação de uma nota técnica do Ministério da Saúde com recomendações a estados e municípios sobre o atendimento e a notificação dos casos.

Até dia 17/10/25, o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil contabilizou 46 casos confirmados. Entre eles, 38 foram em São Paulo, quatro no Paraná, três em Pernambuco e um no Rio Grande do Sul. Ainda há 87 ocorrências em investigação. Ao todo, 528 suspeitas foram descartadas. São, ao todo, oito óbitos, sendo seis em São Paulo e duas em Pernambuco.

Fiscais fiscalizam deposito de bebida no Largo da Batalha 2 Lucas Benevides Pref Niteroi (1)A Prefeitura de Niterói intensificou a fiscalização sobre o comércio de bebidas alcoólicas no município, resultando na inutilização de 186 garrafas com validade expirada ou ausência de registro, além da apreensão e recolhimento de outras 600 garrafas de gim para averiguação (Prefeitura de Niterói)

Segundo o relatório ‘Vigitel Brasil 2006-2023: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico’, o consumo de álcool resulta em danos sociais e à saúde do indivíduo, por meio de mecanismos como efeitos tóxicos ao corpo humano, que podem resultar em doenças crônicas não transmissíveis (DCNT); desenvolvimento de dependências e transtornos mentais induzidos pelo álcool; e intoxicação, causada pelos efeitos psicoativos do álcool após a ingestão (World Health Organization, 2021b).

Diante disso, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT no Brasil (2021-2030) estabelece como meta a redução da prevalência do consumo abusivo de bebidas alcoólicas em 10% até 2030. O plano usa como meta o índice de 2021, quando 18,3% dos adultos maiores de 18 anos afirmaram ter consumido quatro ou mais doses (mulher) ou cinco ou mais doses (homem) de bebida alcoólica em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa. Mas, logo em seguida, o consumo já saltou para 20,8% (2023). 

Considerando o recorte dos últimos dez anos pesquisados pela Vigitel, o consumo de álcool passou de 16,5% em 2014 para 20,8% em 2023, um salto de 26% na frequência da ingestão de quatro ou mais doses nos últimos 30 dias.

O aumento do consumo de bebidas alcoólicas foi registrado nas 26 capitais dos estados e no Distrito Federal, entre mulheres e homens, em todos os níveis de escolaridade e em todas as faixas de idade (exceto entre 18 e 24 anos).

Fonte: Vigitel Brasil 2006-2023: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico

“Só um golinho”

O World Factbook, página da Central Intelligence Agency (CIA) do governo dos Estados Unidos, apresenta um ranking mundial do consumo de álcool per capita, com dados de 2019.

O ranking é liderado pelas Ilhas Cook, uma nação de 15 ilhotas no Pacífico Sul com laços políticos com a Nova Zelândia. Por lá, seus 17.459 habitantes consomem 12,97 litros de álcool por ano.

Logo atrás, surge a Letônia, país do Norte da Europa que se tornou independente em 1991 da ocupação pela União Soviética. Seus 1.872.000 habitantes bebem 12,9 litros de álcool por ano.

Completa o pódio a República Tcheca (Chéquia), país desenvolvido da Europa Central, com economia avançada e padrões de vida elevados, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O consumo de álcool chega a 12,73 litros por ano.

No ranking da CIA, o Brasil fica no meio da tabela, com 6,12 litros de álcool por ano. Na América do Sul, o país perde para a Argentina (7,95) e o Chile (7,8), mas consome mais do que o Peru (5,74), Paraguai (5,47), Uruguai (5,42) e Colômbia (4,09).

A lista traz, ainda, países com consumo zero de álcool, como Arábia Saudita, Bangladesh e Kuwait (Oriente Médio), Mauritânia e Somália (África), onde a substância tem a produção e a venda proibidas.

Com informações da Vigitel Brasil 2006-2023; Luiz Claudio Ferreira e Paula Laboissière, Agência Brasil.
@cia @minsaude

Acesse a Vigitel Brasil 2006-2023: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico>>

Acesse o The World Factbook>>

 

 


Deixe seu Comentário