O Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 40,7 milhões para qualificação e ampliação dos serviços prestados por bancos de leite humano do país. A medida integra as ações do ‘Agosto Dourado’, campanha de conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno.
Inspirado na ‘hora de ouro’, que simboliza a primeira hora de vida do recém-nascido junto à mãe, a campanha do ‘Agosto Dourado’ é realizada em 120 países. Neste ano, o tema é ‘Priorize a Amamentação, Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis’.
Os recursos serão destinados às 226 unidades da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH-BR), conforme portaria publicada no Diário Oficial da União (Portaria GM/MS nº 7.648/2025). Cada unidade receberá R$ 180 mil em investimentos.
Com os recursos, os bancos poderão adquirir materiais e realizar serviços essenciais para o seu funcionamento, como coleta, processamento, armazenamento, controle de qualidade e distribuição do leite humano. Também estão previstas ações de comunicação, mobilização social e assistência direta às famílias.
O Brasil possui a maior e mais complexa rede do mundo, com aproximadamente 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso internados em unidades neonatais no país.
O modelo brasileiro é reconhecido mundialmente pelo desenvolvimento tecnológico inédito que alia baixo custo à alta qualidade, além de distribuir o leite humano conforme as necessidades específicas de cada bebê, aumentando a eficácia da iniciativa para a redução da mortalidade neonatal.
Essas unidades garantem a oferta de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso internados em unidades neonatais, além de oferecer orientação e suporte para mulheres em fase de amamentação.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o aleitamento ocorra de forma exclusiva até os 6 meses e complementado até 2 anos ou mais.
A RBLH-BR é uma iniciativa do Ministério da Saúde, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com suporte técnico de duas unidades no Rio de Janeiro: o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes.

A importância da doação de leite materno
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o leite humano é capaz de reduzir até 13% de mortes evitáveis em crianças menores de cinco anos. As evidências científicas indicam que bebês prematuros e/ou com patologias, que se alimentam de leite humano no período de internação na UTI neonatal, possuem mais chances de recuperação e de terem uma vida mais saudável.
O leite materno é composto por nutrientes e fatores imunológicos capazes de proteger as crianças de várias doenças. Além de reduzir o tempo de internação, diminuir as possibilidades de complicações e reinternação pós-alta.
O afastamento do binômio mãe-bebê pode ser um desafio para a manutenção da lactação. Visto que o leite não pode ser produzido artificialmente, a doação é importantíssima para salvar vidas, e nesses casos, mulheres que estão amamentando podem coletar e doar o seu leite. Cada litro coletado de leite materno doado pode atender até 10 recém-nascidos.
Segundo os critérios da NT09.22 da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, qualquer mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. O Brasil conta com a maior Rede de Bancos de Leite Humano do mundo, com unidades em todos os estados, de modo a atender o maior número possível de recém-nascidos prematuros e/ou acometidos por alguma comorbidade. E nesse contexto, são as mulheres-mães-doadoras que tornam todo o trabalho possível e fazem parte dessa rede que salva-vidas.
Com informações, Agência Brasil, Fiocruz, RBLH-BR.
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