A Conferência das Partes (COP30), maior evento da Organização das Nações Unidas (ONU) para discussão e negociações sobre as mudanças do clima, que este ano será realizada na capital do Pará, Belém (10 a 21/11/25), marcará a inauguração da maior trilha sinalizada da América Latina.
Com 468 quilômetros de extensão, a Trilha Amazônia Atlântica irá atravessar 17 municípios do estado do Pará, na Amazônia brasileira, ligando a cidade de Belém à Serra do Piriá, no município de Viseu, na fronteira com o estado do Maranhão.
Em seu trajeto, a trilha percorre 49 comunidades, 13 áreas protegidas, sendo sete unidades de conservação, além de seis territórios quilombolas. Também estão pelo caminho centros históricos, parques urbanos, estradas de terra, trechos na mata, estrada de ferro, campos naturais, mirantes e a maior faixa contínua de manguezal do planeta. O caminho também conduz os visitantes a descobrir a história e os segredos das comunidades que habitam a região.

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Unidades de conservação
- Reserva Extrativista Marinha Tracuateua;
- Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu;
- Reserva Extrativista Marinha Araí-Peroba;
- Reserva Extrativista Marinha Gurupi-Piriá;
- Área de Proteção Ambiental Belém;
- Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia; e
- Parque Estadual do Utinga Camilo Vianna.
Territórios quilombolas
- Remanescentes de Quilombolas de Torres, em Tracuateua;
- América, em Bragança;
- Pitimandeua, em Inhangapi;
- Macapazinho, em Castanhal;
- Santíssima Trindade, em Santa Isabel do Pará; e
- Macapazinho, em Santa Isabel do Pará.
Municípios paraenses que integram o percurso:
- Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Isabel do Pará, Castanhal, Inhangapi, São Francisco do Pará, Igarapé-Açu, Santa Maria do Pará, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Capanema, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu.

Conservação ambiental, emprego e renda
Antes restrita a alguns trechos percorridos por aventureiros, a trilha agora poderá ser feita em sua totalidade, como parte das ações do governo federal que visam aliar conservação ambiental, promoção de emprego e renda e lazer.
O percurso conta com mapas, sinalização, orientações para os caminhantes e o apoio de moradores locais, pequenos prestadores de serviços e empreendedores capacitados pela iniciativa. Além disso, o traçado foi planejado para garantir o menor impacto ambiental possível, permitindo a circulação da fauna e oferecendo um caminho ainda mais atrativo aos visitantes.
A expectativa do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA) é que, no primeiro ano de abertura da trilha, 10 mil pessoas percorram o trecho, que poderá ser feito a pé ou de bicicleta.
De acordo com o diretor do Departamento de Áreas Protegidas da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, Pedro Cunha e Menezes, turistas estrangeiros interessados em trilhas na Amazônia costumam buscar destinos como Peru, Equador e Colômbia, onde já existem percursos estruturados nesse formato. A proposta é atrair parte desse fluxo internacional e também fortalecer o turismo nacional.
Ainda conforme o representante do MMA, a criação da rota faz parte da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas) do governo federal, que visa conectar o Brasil, hoje formado principalmente por moradores de áreas urbanas, à natureza, por meio da gestão da população.
O trabalho está em alinhamento com a Convenção da Diversidade Biológica, da qual o Brasil é signatário. Esse tratado internacional prevê três pontos centrais: a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e a repartição justa e equitativa dos benefícios gerados pela utilização dos recursos genéticos.

Recuperar áreas degradadas
A iniciativa foi idealizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), que mapeou trechos já utilizados por ciclistas. Segundo Julio Cesar Meyer, um dos responsáveis pelo projeto e atual diretor da Trilha Amazônia Atlântica, as comunidades locais também demonstravam interesse em oferecer melhor estrutura aos visitantes. De acordo com ele, essa combinação é fundamental inclusive para recuperar áreas degradadas.
Pedro Cunha e Menezes destacou que o trajeto estruturado reúne uma ampla variedade de atrativos. Segundo ele, a Trilha Amazônia Atlântica permite ao visitante conhecer o modo de vida das populações extrativistas - como coletores de caranguejo, exploradores de babaçu, pequenos agricultores e pescadores - e vivenciar a natureza em sua face atlântica, atravessando florestas, manguezais, campinas e áreas de relevo que revelam paisagens marcantes, como pores do sol de grande beleza. “Considero, particularmente, que é uma das trilhas mais bonitas do Brasil”, afirma.
Para garantir suporte àqueles que fizerem o percurso, a plataforma digital eTrilhas lançou o projeto Trilha Amazônia Atlântica. A empresa participou do Edital de Aceleração Sustentável da EmbraturLAB e foi escolhida entre oito soluções que compuseram a etapa do edital, em que as equipes do programa de inovação apresentaram seus projetos para uma banca avaliadora.
Pelo app eTrilhas, os visitantes poderão conhecer os prestadores de serviços nas proximidades, entrando em contato diretamente com eles. Os empreendedores, por sua vez, têm seus serviços e produtos listados na plataforma para ofertá-los aos turistas. Será possível ter acesso a essa vitrine de oportunidades por meio de um QR code fixado nos estabelecimentos cadastrados.
O projeto é fruto do trabalho conjunto entre comunidades tradicionais, voluntários, o MMA, o Ministério do Turismo (MTur), a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ideflor-Bio e a Conservação Internacional (CI).
Com informações da Assessoria de Comunicação da Presidência da COP30 e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
@mmeioambiente @redetrilhas @mturismo @embraturbrasil @icmbio @ideflorbio @ci_brasil @cop30nobrasil
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