O Governo Federal concedeu, a Cruzeiro do Oeste, por meio da Lei 14.985 (24/09/2024), o título de ‘Vale Nacional dos Dinossauros’. O município, de 23.831 habitantes, localizado na região Noroeste do Paraná, a 560 quilômetros de Curitiba, reúne descobertas que resultaram na criação de sítios paleontológicos, museu e atrativos turísticos relacionados às espécies pré-históricas locais.
Apesar de os primeiros fósseis terem sido encontrados nos anos de 1970, as escavações científicas começaram apenas em 2011. Até o momento, apenas uma pequena parte do sítio arqueológico foi explorada, o que abre a expectativa de novas descobertas no futuro. Muitos achados já foram submetidos a análises e estudos em renomadas instituições brasileiras e internacionais.
Turismo científico
Segundo a turismóloga e coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Turismo, Anna Vargas, o turismo científico pode ser definido como uma atividade que produz conhecimento de diversas áreas por meio da experiência turística. Ela abrange pesquisadores, estudantes e pessoas que buscam aprofundar seus conhecimentos explorando contextos históricos, naturais ou urbanos, com práticas laboratoriais, estudos de campo e intercâmbios feitos em destinos com algum potencial ou interesse de estudo.
"Viagens com foco na busca de conhecimento ou pesquisa dentro de um contexto geográfico já acontecem há muitos anos e este segmento tem uma grande importância para o desenvolvimento da atividade turística paranaense. No caso de Cruzeiro do Oeste, é possível observar que as escavações se tornaram, a partir da prática da pesquisa, um novo indutor de viajantes, e na sequência conseguiram também ser aproveitadas como atividades de lazer e entretenimento", contextualizou.
Atrativos pré-históricos
Para além dos sítios e escavações do município, Cruzeiro do Oeste também aposta na fama de seus atrativos pré-históricos com diferentes programações e roteiros, como o popular Museu de Paleontologia. Importante atrativo para o turismo regional, o local foi criado com objetivo de ser o epicentro da transformação do município na ‘Terra dos Dinossauros’, reunindo os principais achados desde o começo das escavações.
O município também realiza edições do evento ‘Vale dos Dinossauros’, uma exposição fixa que conta com réplicas animatrônicas, ambientes ornamentados e demais aspectos temáticos que apresentam de maneira lúdica o potencial e os achados paleontológicos do local.
Patrimônio fossilífero
A lei que concede o título de Vale dos Dinossauros ao município é originada do PL 4240/21, de autoria do deputado Sergio Souza (MDB-PR). "Após a implementação de turismo na cidade de Cruzeiro do Oeste, o município tem atraído o interesse de diversos estudiosos em paleontologia, que visitam a cidade e trazem propostas de projetos para incremento turístico e inovador que enriquecerá a região e contribuirá para o desenvolvimento do turismo nacional", diz o deputado.
No Senado, o projeto foi relatado por Flávio Arns, do PSB do Paraná. Para o senador, o título de reconhecimento valoriza o potencial turístico e científico da cidade, indo além de uma simples homenagem. “Este justo reconhecimento promoverá ainda mais o turismo e a pesquisa científica na região, além de consolidar a importância do município no cenário paleontológico mundial e celebrar seu inestimável patrimônio fossilífero”.
O sítio arqueológico é administrado pelo Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste, criado em 2019. A diretora de Pesquisas da instituição, Neurides Martins, afirmou que os estudos no sítio beneficiam a ciência local e a paleontologia na esfera mundial. “O estudo desses fósseis é fundamental para a ciência, não só local, regional. Então, é de suma importância continuar esses estudos dos fósseis, porque nós temos aqui uma concentração desde pterossauros, lagartos, dinossauros, que são únicos no mundo”.
Está prevista para o primeiro semestre de 2025 a construção da primeira estação de pesquisa paleontológica coberta do Brasil. A área de 530 metros quadrados será usada para proteger os fósseis e facilitar os estudos. Essa iniciativa é resultado de um acordo de cooperação com a Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto.
Cemitério de Pterossauros
A primeira espécie identificada em Cruzeiro do Oeste, em 2014, foi a ‘Caiuajara dobruskii’, pterossauro de pequeno porte que viveu durante o período Cretáceo, entre 90 milhões e 70 milhões de anos atrás. Desde então, pelo menos outras duas espécies dos répteis voadores foram registradas pelos cientistas na região, conhecida como "Cemitério de Pterossauros".
Também lá foi encontrado o primeiro dinossauro identificado no estado, revelado em meados de 2019, o ‘Vespersaurus paranaensis’, um predador bípede de pequeno porte que viveu há cerca de 90 milhões de anos.
Em 2021, a Universidade do Contestado, a UFRJ e o Museu Nacional anunciaram a descoberta, no município, de outra espécie de dinossauro bípede, batizada de ‘Berthasaura leopoldinae’.
A revista internacional ‘Historical Biology’ anunciou, em junho desse ano, a descoberta de mais uma nova espécie de pterossauro na cidade, o ‘Torukjara bandeirae’.
Além deles, ainda foram descobertos o pterossauro ‘Keresdrakon vilsoni’, o lagarto ‘Gueragama sulamericana’ e diversos outros fósseis, esqueletos, pegadas de diferentes espécies, resquícios vegetais e vestígios de outros animais pré-históricos.
Com informações, Agência Estadual de Notícias do Governo do Paraná; Geraldo Magela, Agência Senado; Agência Câmara de Notícias; Cacau Bispo, Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo
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